Saúde física e mental desafia trabalho docente
Pesquisadores analisam cenário em entrevista à TV UFMG; ansiedade, depressão, dores no corpo e Síndrome de Burnout são os problemas mais comuns relatados pelos professores
Os desafios da docência são muitos: além de trabalhar em sala de aula, os professores lidam com tarefas relacionadas ao ofício em casa, o que, muitas vezes, prejudica o tempo de descanso e pode gerar problemas de saúde física e mental.
Para a pesquisadora Nayara Ribeiro, autora do estudo Fatores psicossociais e satisfação com o trabalho de professores no Brasil e Portugal, os docentes podem apresentar, ao longo de sua carreira, transtornos mentais, ansiedade, depressão, Síndrome de Burnout, além de problemas físicos como dores musculoesqueléticas.
A pesquisadora avalia que a desvalorização da profissão ameaça a educação brasileira. Em seu estudo, Nayara analisa as principais semelhanças entre Brasil e Portugal. Em relação aos fatores psicossociais do trabalho dos professores, ela observa como semelhança entre os dois países o fato de os docentes não terem tempo para a sua vida pessoal, além de insatisfação, estresse e a falta de apoio dos colegas. Como diferença, cita a maior valorização da profissão em Portugal e a insatisfação com o salário no Brasil.
Cenário agravado pela pandemia
Também pesquisador do assunto, o professor Faculdade de Educação Marcelo Ricardo Pereira comenta que a pandemia dificultou ainda mais o cenário, visto que muitos não conseguiram se adaptar às tecnologias e às diferentes formas de expor o conteúdo em formato on-line. Dessa forma, as condições precárias de trabalho aliadas à falta de valorização contribuem para que professores abandonem a profissão.
Assista ao vídeo da TV UFMG e saiba como os impactos negativos da profissão repercutem na saúde física e mental dos docentes.
Equipe: Flávia Moraes e Yasmin Oliveira (produção); Flávia Moraes, Yasmin Oliveira e Soraya Fideles (reportagem); Ângelo Araújo e Lucas Tunes (imagens) e Marcia Botelho (edição de imagens)
Entrevistados: Nayara Ribeiro, doutora em Ciências Fonoaudiológicas pela UFMG, e Marcelo Pereira, professor da Faculdade de Educação da UFMG