O professor emérito Carlos Roberto Jamil Cury, vinculado à Faculdade de Educação (FaE) da UFMG, recebe hoje (sexta, 2 de julho) o título de Doutor Honoris Causa da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Distinção máxima da instituição, o título é outorgado a pessoas por contribuições científicas, intelectuais, acadêmicas, culturais ou artísticas. A cerimônia será realizada on-line, com transmissão pelo YouTube, a partir das 15h.

Proposta por professores da linha de Políticas Educacionais do Programa de Pós-graduação em Educação da UFPR, a homenagem contempla “uma das maiores referências teóricas no campo dos estudos das políticas educacionais”, segundo disse ao portal web da universidade paranaense o diretor do Setor de Educação, Marcos Alexandre dos Santos Ferraz. “Sua presença nacional é influente tanto na academia quanto nos debates do Parlamento brasileiro”, afirma o professor, ressaltando que há muito da reflexão de Jamil Cury no capítulo sobre educação da Constituição de 1988 e na Lei de Diretrizes e Bases (LDB) da Educação, de 1996.

Jamil Cury atribui a iniciativa da UFPR sobretudo a sua atuação na defesa do direito à educação. “Essa homenagem me surpreendeu. Imagino que me tomem como referência em razão de minha atuação na defesa do direito à educação, que tem sido tão ameaçado nos últimos tempos”, diz o professor emérito.

As relações de Cury com a UFPR remontam aos anos 1980, quando ele participou de muitas bancas (de mestrado, doutorado e professor titular) da instituição paranaense. Estreitou relações com os colegas do Paraná quando conduziu processos de avaliação da pós-graduação brasileira e nas articulações para o estabelecimento da LDB, na década de 1990. “Tenho forte ligação com a pós-graduação da UFPR, muitos de seus professores foram meus alunos ou foram aprovados em bancas de que participei”, comenta Jamil Cury.

Capes, CNE e SBPC
Filósofo, mestre e doutor em Educação pela PUC-SP, com estudos pós-doutorais no Brasil e na França, Carlos Roberto Jamil Cury aposentou-se na UFMG como professor titular da FaE e tornou-se emérito no reitorado de Ana Lúcia Gazzola (2002-2006). Ele foi também pró-reitor adjunto de Pesquisa da UFMG, na gestão do reitor Cid Veloso (1986-1990) e do pró-reitor Evando Mirra. 

Cury foi membro do Conselho de Educação de Minas Gerais e do Conselho Nacional de Educação (CNE), na Câmara de Educação Básica, de 1996 a 2004, quando participou do esforço de normatização da recém-criada LDB. Nesse período, percorreu todo o Brasil para esclarecer as  novas diretrizes. Presidiu a Câmara por dois mandatos de dois anos. 

Em 2003, Jamil Cury presidiu a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e mais tarde integrou, do mesmo órgão, o Comitê Técnico-científico da Educação Básica e o Conselho Superior. Foi membro da Comissão de Educação da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, vice-presidente da entidade (2018-2019) e hoje integra o Conselho Nacional da SBPC para a educação. Integrou a Câmara de Ciências Humanas da Fapemig.

A experiência do docente e pesquisador se concentra no campo do direito à educação, com ênfase em política e legislação educacional, lei de diretrizes e bases e educação de jovens e adultos. Professor há 53 anos, Jamil Cury é pesquisador sênior do CNPq.

Atualmente, Cury leciona na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas e, entre diversas outras atividades, tem contribuído com o grupo que trabalha para estabelecer as balizas do Sistema Nacional de Educação (SNE).