Arte e Cultura

Coletivo do Teatro Universitário tem trajetória de sucesso em festivais

Apresentações já foram assistidas por mais de duas mil pessoas

Espetáculo Os negros, em apresentação no Teatro Espanca, no Viaduto Santa Tereza
Espetáculo Os negros, em apresentação no Teatro Espanca, no Viaduto Santa Tereza Pablo Bernardo

Em pouco menos de um ano, o Coletivo Impossível, formado por egressos e alunos do Teatro Universitário da UFMG, tem alcançado reconhecimento artístico em vários eventos e festivais organizados no país. O mais recente foi o prêmio de Melhor Conjunto de Elenco do Festival Nacional de Teatro de Patos Minas, realizado de 9 a 14 de outubro. 

O Coletivo foi idealizado no final do ano passado, após as apresentações de formação do curso técnico de teatro. Por meio do projeto de extensão TU: Produção e Memória, os espetáculos passaram a ser encenados em várias partes do país. Com as peças Os negros e A cerimônia, o grupo teve participação destacada em diversos eventos culturais: Verão Arte Contemporânea 2018, Segunda Preta no Teatro Espanca, 31º Festival Internacional de Teatro Universitário de Blumenau e 8º Festival de Teatro Universitário do Rio de Janeiro. As apresentações registraram público superior a duas mil pessoas.

Houve uma divisão entre os atores do coletivo na montagem dos espetáculos Os negros - uma clowneria, do dramaturgo francês Jean Genet, e Cerimônia para um negro assassinado, do espanhol Fernando Arrabal. Isso porque, originalmente, a peça de Genet  foi idealizada para reunir apenas artistas negros. Assim, os atores negros foram escalados no drama do francês, e os demais, incluídos no elenco do espetáculo de Arrabal. Assista a um trecho da apresentação de formatura dos estudantes.

Os dois espetáculos tangenciam temas como o alto índice de mortes da população negra, racismo e hostilidade. Os negros está na programação do Festival Estudantil de Teatro (Feto) e será apresentado no dia 25 de outubro, às 19h, no Teatro Marília.

Banalização do mal
As peças enquadram-se em um movimento denominado Teatro do Absurdo, que teve início em meados do século passado. Esse estilo tem como características o uso do metateatro, o diálogo com elementos rituais e religiosos, o protagonismo de personagens marginalizados e o fato de retratarem uma espécie de banalização do mal na sociedade, que vai desde os crimes cometidos supostamente por amor pelos personagens de Arrabal, até a naturalização da morte de pessoas negras, problematizada na obra de Genet.