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Colômbia vive escalada de violência em meio a protestos que somam ao menos 19 mortos

Professor da Escola Superior de Administração Pública da Colômbia Andrés Londoño Niño analisa motivações das manifestações em várias cidades

Violência policial contra manifestantes foi condenada pela ONU
Violência policial contra manifestantes foi condenada pela ONU Radio Nacional de Colombia

A Colômbia enfrenta nesta quarta, 5, o sexto dia de protestos populares que começaram em reação a um projeto de reforma tributária. Até o momento, a Defensoria Pública colombiana contabiliza 800 feridos e ao menos 19 mortos, 18 deles civis e um policial. Na noite de segunda-feira, 3, a cidade de Cali foi palco de grande violência, quando a polícia teria aberto fogo contra manifestantes. O presidente Iván Duque nega que houve excesso de violência contra os civis e culpa facções criminosas. Apesar do recuo do governo colombiano em relação ao projeto tributário, a onda de manifestações deve continuar.

O cenário turbulento do país foi analisado no programa Conexões pelo professor da Escola Superior de Administração Pública da Colômbia Andrés Londoño Niño. Diretamente de Bogotá, o docente explicou que é preciso atentar que o país é marcado por um antecedente de protestos do qual a reforma tributária foi a “ponta do iceberg”. De acordo com o pesquisador, esses movimentos coincidem com os de outros países na região, principalmente no final de 2019 e início de 2020.Os protestos “questionavam as políticas econômicas do governo de Duque, as várias propostas de reforma, como está acontecendo agora, o não cumprimento dos acordos de paz por parte do governo e o aumento dos assassinatos de líderes sociais. Isso fez com que vários grupos começassem a fazer oposição mais forte ao governo e a se mobilizarem”, conforme explica o professor.

Na entrevista à Rádio UFMG Educativa, o professor Andrés Londoño Niño, que também é doutorando em Ciência Política pelo Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), onde atua também como pesquisador do Observatório Político Sul-americano e do Núcleo de Estudos Atores e Agendas de Política Externa, comentou sobre a violência policial e ressaltou que os protestos estão ocorrendo no pior momento da pandemia na Colômbia, que vive uma crise política, econômica e sanitária.

Ouça a conversa com Luiza Glória

Produção: Alessandra Dantas e Flora Quaresma, sob a orientação de Luiza Glória

Publicação: Alessandra Dantas