Arte e Cultura

Com programação especial, UFMG adere à semana de museus

Visita monitorada ao Acervo de Escritores Mineiros e mostras e oficinas sobre saberes tradicionais estão entre as atrações

Vista do Terraço Astronômico do Espaço do Conhecimento da UFMG
Vista do Terraço Astronômico do Espaço do Conhecimento UFMG Espaço do Conhecimento

Com o tema Museus como núcleos culturais: o futuro das tradições, começa, nesta segunda-feira, dia 13, a 17ª Semana Nacional de Museus, promovida pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram). O evento, que prossegue até o dia 19, deverá registrar mais de três mil atividades em museus de todo o país.

Seis espaços da UFMG aderiram à Semana: Acervo de Escritores Mineiros, Centro de Memória da Medicina, Espaço do Conhecimento e museus de Ciências Morfológicas, de História Natural e Jardim Botânico e Ponto UFMG. Leia a seguir o que cada espaço programou para esta semana:

Acervo de Escritores Mineiros

Gravura em metal de Cândido Portinari. Presente para Henriqueta Lisboa (década de 1940).
Gravura em metal de Cândido Portinari que pertence ao acervo de  
Henriqueta LisboaAcervo AEM

O Acervo de Escritores Mineiros (AEM) é um espaço permanente de exposição que recria o ambiente de trabalho de autores brasileiros. Reúne exemplares raros e autografados de obras do modernismo brasileiro, manuscritos de textos publicados e inéditos, periódicos, fotografias, obras de arte, cartas, mobiliário e objetos pessoais doados à UFMG pelos próprios escritores ou por seus familiares e herdeiros. Além do viés museográfico, o AEM é objeto de pesquisa acadêmica na área da teoria literária.

O espaço, que está completando 30 anos de existência, estará aberto para a exposição permanente O Laboratório do escritor, de 13 a 17 de maio, das 9h às 17h. Nesta segunda, das 9h às 10h, haverá uma visita acompanhada pelas dependências do ambiente.

Na terça, 14, em duas sessões, às 14h e às 15h, serão realizadas encenação e leitura dramática sobre a vida e obra do escritor Murilo Rubião. No encerramento da semana, na sexta, 17, haverá a exibição do filme O Escaravelho do diabo, das 9h às 17h, adaptado da obra de Lúcia Machado de Almeida.

O AEM está aberto a visitações de segunda a sexta, das 9h às 12h e das 14h às 17h. O Acervo localiza-se no terceiro andar da Biblioteca Central, no campus Pampulha. Mais informações podem ser consultadas nas redes do AEM.

Museu Itinerante Ponto UFMG
Montado em um caminhão, o Museu Itinerante Ponto UFMG estará aberto à visitação de 14 a 16 de maio, em dois horários: das 9h às 12h e das 13h às 16h. Com o auxílio de guias, o público poderá conhecer as cinco salas do museu que ofertam diferentes experiências didático-científicas.  

A sala da Água trata das relações do ser humano com esse recurso natural. A sala dos Biomas traz informações sobre o Cerrado, Mata Atlântica e a Antártica. A sala 3D reproduz o fundo do mar e um recife de corais. A sala do Submarino promove uma viagem à região abissal do oceano. E a Sala da Consciência propõe uma reflexão sobre a importância do uso sustentável dos recursos naturais.

O museu ficará estacionado no Centro Pedagógico (CP), campus Pampulha. Mais informações podem ser encontradas em suas redes.

Centro de Memória da Medicina
Idealizado para preservar o patrimônio bibliográfico, arquivístico e museológico da medicina no país, o Centro de Memória da Medicina (Cememor) foi inaugurado em 1977. O espaço também abriga registros de importantes alunos que passaram pela Faculdade de Medicina da UFMG, como os da turma de 1927, na qual estudaram Juscelino Kubitschek, Pedro Salles e Pedro Nava.

O Cememor inaugura a exposição Tradições estudantis da Faculdade de Medicina, inspirada no tema da Semana, que reúne registros do cotidiano dos alunos da Unidade ao longo do tempo. Os participantes poderão conferir exemplares de convites de formatura, fotografias de formandos, jogos universitários, jubileu, bailes, peças de roupas e exemplares de jornais estudantis.

Parte do acervo foi doada pelo Diretório Acadêmico e ligas estudantis. A mostra estará instalada no Corredor da memória, que contará com cinco telões para exibição de vídeos sobre essas tradições, muitas já extintas, como o trote e o anel de formatura, e algumas que ainda permanecem nos dias atuais. A mostra será aberta hoje e pode ser visitada até 2 de junho, das 7h às 17h.

O Cememor está localizado no campus Saúde (Avenida Alfredo Balena, 190, sala 27). Dúvidas podem ser encaminhadas para o e-mail cememor@medicina.ufmg.br ou pelos telefones (31) 3409-9106 e (31) 3409-9672.

Museu de Ciências Morfológicas

Acervo do Museu de Ciências Morfológicas
Criança diante de peça do acervo do MCMFacebook Museu de Ciências Morfológicas da UFMG

Aberto ao público em 1997, o Museu de Ciências Morfológicas (MCM) tem o objetivo de ampliar e dar visibilidade às estruturas e funcionamento do corpo humano. 

Reconhecer os saberes tradicionais é a premissa da mostra Corpo humano como tradição que valoriza, que será inaugurada pelo museu nesta terça, dia 14. Estarão em exposição, até o dia 17, das 8h às 17h, exemplares de plantas e ervas popularmente utilizadas para tratar enfermidades.

A farmacognosia é o ramo mais antigo das ciências farmacêuticas que estuda os princípios ativos naturais. Por meio de painéis explicativos, o público poderá compreender o princípio ativo de cada planta e como ele atua no organismo, além de evitar possíveis intoxicações, muito comuns quando se administra uma espécie errada.

Além da visitação livre, haverá percurso guiado nos seguintes horários: terça, 14, a partir das 15h; quarta, 15, a partir das 10h; quinta, 16, a partir das 15h; sexta, em dois horários, às 13h30 e às 15h. Os participantes receberão amostras de ervas e informações sobre a sua aplicação e eficácia.

O museu está instalado no bloco N2, do ICB, no campus Pampulha. Mais informações estão disponíveis nas redes do museu.

Espaço do Conhecimento
Localizado no complexo cultural do Circuito da Liberdade (Praça da Liberdade, 700), o Espaço do Conhecimento da UFMG terá atividades no próximo sábado, 18, e no domingo, 19 de maio.

No sábado, a programação começa às 14h com a sessão Arqueoastronomia maia, que mostra seis templos maias e a importância das orientações dessas construções em relação ao movimento do Sol, da Lua e de Vênus. Às 15h, será a vez da atividade O que escapou a Aristóteles? Por meio de experimentos simples, os participantes terão de dizer se as leis da física que regem aquele movimento é aristotélica ou newtoniana. Fechando o dia, às 18h15, haverá a oficina Que parangolé é esse? como a arte se revela pelo movimento?, centrada nos trabalhos de Hélio Oiticica, Lygia Clark e Lygia Pape e que culminará na confecção e performance com parangolés.

No domingo, 19, às 14h, serão exibidos os filmes Filhos de guerreiros e O sonho de Éder, que conta as histórias de dois jovens Kayapó e Umutina e mostra os desafios da juventude indígena contemporânea. Em seguida, haverá uma roda de conversa.

Às 15h, começa a sessão do filme Astronomia indígena, que retrata a perspectiva dos índios tupis-guaranis sobre o céu, com narrativas sobre o Sol, a Lua, os pontos cardeais, as mudanças nas estações e as constelações guaranis. Encerrando a programação, Arqueoastronomia maia será novamente exibido às 16h. Informações adicionais podem ser encontradas no portal do Espaço e nas suas redes.

Museu de História Natural e Jardim Botânico

Detalhe de uma das 45 cenas que formam a instalação
Detalhe de uma das 45 cenas do Presépio do PipiripauTati Motta /UFMG

Exposições, palestras, ações educativas e oficinas integram a programação do Museu de História Natural e Jardim Botânico. As atividades começam na terça, 14, e se estendem até domingo, 19.

As exposições Presépio do Pipiripau e Ceramistas do Vale do Jequitinhonha estarão abertas para visitação de quarta, 15, a domingo, 19, das 10h às 16h. A primeira retrata o cenário da vida de Jesus Cristo em 586 figuras móveis distribuídas em 45 cenas. Ceramistas é uma mostra composta de peças cerâmicas utilitárias e decorativas assinadas por artistas do Norte de Minas.

Nas tardes de terça, 14, quarta, 15, e quinta, 16, das 13h30 às 17h30, o professor Carlos Magno Guimarães, do Departamento de Antropologia e Arqueologia da Fafich, ministrará o minicurso Arqueologia, educação patrimonial e profissional. Ele apresentará um panorama da arqueologia como campos de pesquisa e de atuação profissional. O público terá acesso a um panorama do trabalho desenvolvido pela equipe da UFMG nos sítios arqueológicos Casa do Barão de Suaçuí, em Conselheiro Lafaiete, e Casa do Padre Toledo, em Tiradentes. A atividade requer inscrição prévia, que pode ser realizada pelo portal do Museu.

Na quinta, 16, às 10h30, a doutora em antropologia Lílian Panachuk ministra a palestra A cerâmica arqueológica em Minas Gerais: as mulheres fazendo arte desde o passado. As inscrições estão abertas. Na sexta, 17, das 15h às 16h, e no domingo, 19, das 14h às 15h, Amanda Luzia da Silva realiza a oficina lúdico-criativa Primeiros passos na conservação de bens arqueológicos. Destinada a crianças de 6 a 13 anos, a atividade não requer inscrição.

A professora Maria das Graças Lins Brandão, do Departamento de Produtos Farmacêuticos da UFMG, vai ministrar a oficina Plantas úteis e medicinais, a partir das 10h30 da manhã de sábado, 18. Além de conhecerem a obra do botânico Frei Vellozo, os visitantes participarão de visita guiada pelos espaços do Museu para o reconhecimentos das plantas. A atividade está com inscrições abertas.

A ceramista Laila Kierulff, a arquiteta Alissa Rezende e a antropóloga Lílian Panachuk encontram-se nas manhãs de sábado, 18, e de domingo, 19, às 10h30, para a oficina Como fazer um chocalho indígena de argila? Elas ensinarão técnica para produzir o instrumento musical, desde a moldagem da argila até a queima dos objetos nos fornos à lenha. Com inscrições abertas, a atividade é destinada a pessoas acima de 10 anos.

O Museu de História Natural e Jardim Botânico está localizado na Rua Gustavo da Silveira, 1.035, bairro Santa Inês. Informações adicionais podem ser encontradas no portal do Museu.

Em vídeo, a TV UFMG apresenta alguns espaços da Rede de Museus da UFMG.

João Paulo Alves