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Comunicação não violenta: como conversar com quem pensa diferente sem agressividade

Casos recentes têm evidenciado a necessidade urgente de buscar o diálogo em vez da violência física e verbal

Procurador agrediu colega de trabalho por ela ter aberto um processo disciplinar contra ele e foi preso em Registro-SP
Procurador agrediu colega de trabalho por ela ter aberto um processo disciplinar contra ele e foi preso em Registro-SP. Caso repercutiu em todo o país.Reprodução Internet / Arquivo Pessoal

O embate com quem pensa diferente costuma não ser fácil. Tem bastante gente evitando a prática, inclusive, se refugiando no conforto da própria bolha. Mesmo criando estratégias para não ter que debater, sentindo aquela tão falada preguiça de argumentar, quando menos se espera a pessoa se vê em meio a um fala acalorada, alterando o tom de voz e a fisionomia. Você se identificou com as situações descritas? Essa preferência pelo silêncio ao debate foi apontada por uma pesquisa do site Papo de Homem que consultou 9 mil pessoas. O levantamento realizado em 2019 concluiu que, apesar de 70% dos entrevistados acreditarem que vale a pena dialogar, somente 2% disse procurar ativamente conversar com quem pensa diferente com alguma frequência.

Outro ponto relacionado a esse tema são as demonstrações de agressividade e violência que temos visto recentemente no país, muitas delas registradas em vídeo e compartilhadas em redes sociais ou retratadas em sites jornalísticos. No interior de São Paulo, no começo desta semana, um procurador agrediu brutalmente uma colega de trabalho por ela ter aberto um processo disciplinar contra ele e foi preso. O caso teve repercussão nacional. Também recentemente, em Belo Horizonte, um casal destruiu diversos equipamentos eletrônicos e objetos na recepção de um consultório odontológico após a mulher reclamar que haveria um suposto chip no dente implantado sem o consentimento dela por um profissional daquele estabelecimento. A violência também está muito presente na internet, no uso das palavras em discussões intermináveis nas quais ninguém parece estar se escutando de fato. 

Em meio a esse cenário de nervos à flor da pele, a Comunicação Não-Violenta se apresenta como alternativa. O princípio se baseia em assumir que o ser humano é compassivo por natureza e que as estratégias violentas são aprendidas, ensinadas e apoiadas pela cultura dominante. Outro pressuposto é de que as necessidades humanas básicas são as mesmas para todos e, assim, cada ação nossa busca atender a uma ou mais dessas necessidades comuns. 

O programa Conexões conversou sobre as relações violentas no mundo de hoje, as razões por trás delas e sobre os princípios da Comunicação Não-Violenta, com o professor Luis Maciel, psicólogo formado pela UFMG, psicoterapeuta, professor e facilitador de Comunicação Não-Violenta. O objetivo da entrevista foi fazer uma reflexão sobre como podemos nos colocar no lugar do outro e que isso não significa necessariamente concordar sempre com a opinião alheia e anular as próprias convicções. Nosso entrevistado também deu dicas de referências para poder entender melhor a Comunicação Não-Violenta.

Ouça a conversa com a jornalista Luiza Glória: 

Produção: Alícia Coura, sob orientação de Alessandra Dantas e Luiza Glória