Saúde

Cursos da UFMG participam de discussões preparatórias para conferências de saúde

Objetivo é elaborar propostas para que o SUS seja fortalecido e atenda efetivamente às necessidades da população nas próximas décadas

Detalhe de camiseta de participante das ações pelo Dia Mundial da Saúde, em 2021, em Brasília
Detalhe de camiseta de participante das ações pelo Dia Mundial da Saúde, em 2021, em Brasília Foto: Fernanda Ferreira | Ascom SindEnfermeiro

A consolidação do SUS como um sistema público de saúde de qualidade é tema de uma série de discussões em andamento que envolvem estudantes e professores dos 11 cursos da área da saúde da UFMG. Na próxima quinta-feira, 7 de julho, eles vão participar de plenária no Salão Nobre da Faculdade de Medicina para apresentar, discutir e sistematizar propostas que serão levadas para a Conferência Estadual de Saúde, marcada para o próximo dia 16, no mesmo local. 

As discussões precedem a Conferência Nacional Livre, Democrática e Popular de Saúde, prevista para 5 de agosto, em São Paulo. A iniciativa é da Frente pela Vida, formada por entidades como a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), o Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes) e o Conselho Nacional de Saúde. Trata-se de uma “conferência extraordinária”, que antecede a 17ª Conferência Nacional de Saúde, a ser realizada em 2023, como explica a professora da Faculdade de Medicina Alaneir de Fatima dos Santos, uma das organizadoras das atividades na UFMG. 

“É uma conferência seccional para pensar o processo de construção do SUS nas próximas décadas. Assim como a 8ª Conferência Nacional de Saúde, realizada em 1988, lançou as premissas do SUS para a construção de um sistema público na época da Constituinte, agora a Conferência Livre propõe-se a elaborar propostas para que o SUS cumpra sua missão, que é a de ser efetivamente um sistema que atenda às necessidades da população brasileira”, afirma a professora.

Eixos temáticos
Na UFMG, as atividades preparatórias envolvem os cursos de Biomedicina, Educação Física, Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Gestão em Saúde, Medicina, Nutrição, Odontologia e Terapia Ocupacional. As discussões abrangem quatro eixos temáticos estratégicos da conferência: Saúde e democracia, Saúde e desenvolvimento, Saúde e sustentabilidade do SUS e Saúde, inclusão social e gestão do trabalho. 

Serão discutidas questões como a participação social no SUS e processos que garantam a democratização no âmbito da sua formulação, a valorização da carreira dos profissionais da saúde, o provimento de equipamentos e insumos necessários ao atendimento da população, o financiamento adequado do sistema e o ônus da contratação de serviços de instituições privadas.

“Estamos no momento de reforçar que esse sistema reconhecido pela sociedade brasileira no enfrentamento da pandemia precisa se estruturar de forma adequada. Para isso, precisamos ter investimento, ele deve ser prioridade nas agências políticas brasileiras. A conferência é o momento de reafirmar essa necessidade, para termos um SUS que responda de forma adequada, inclusive nos momentos de maior dificuldade”, afirma a professora Alaneir Santos. 

A professora ressalta que a UFMG cumpre seu papel de aplicar o conhecimento produzido na Universidade para promover avanços nas políticas públicas. “A UFMG é uma instituição que mantém vínculo forte com o sistema de saúde em Belo Horizonte, com os conselhos municipal e estadual. Não são todas as universidades que mantêm essa interação, então, para nós, é muito simbólico abrigar a conferência estadual em nosso espaço”, ressalta.

A plenária do dia 7 de julho, no Salão Nobre da Faculdade de Medicina, terá início às 17h30 e será aberta à participação de todos os interessados. Não é preciso fazer inscrição; basta se identificar na portaria da unidade. Na página da Conferência Nacional Livre, Democrática e Popular de Saúde no Instagram é possível acompanhar a agenda de atividades e conferir depoimentos de artistas em apoio à iniciativa.

Alessandra Ribeiro