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Mulheres assumem protagonismo nas lutas indígenas

Dia do Índio: As lideranças e pessoas ligadas aos movimentos indígenas preferem chamar a data de Dia da Resistência Indígena

Dia da Resistência Indígena
Dia da Resistência Indígena Marcelo Camargo/Agência Brasil

Entre as principais demandas dos indígenas no Brasil estão a questão da demarcação de terras, a luta contra o genocídio e contra o etnocídio, que é a destruição de uma cultura por outra. Nesse contexto, as mulheres indígenas têm ganhado cada vez mais espaço entre as lideranças, trazendo suas próprias questões e demandas. É o caso de Okitidi Sompré, liderança da etnia Gavião Kyikatêjê, que tem território em Marabá, no Pará. 

Além de estar à frente das lutas de seu povo, Okitidi é estudante de medicina na Universidade Federal do Pará. Para ela, o momento que incentivou as mulheres a deixarem as tribos e se colocarem lado a lado com os homens em papeis de liderança foi em 1989, quando Tuíra Kayapó colocou um facão no rosto de um engenheiro da Eletronorte numa discussão sobre a construção do que hoje é a Hidrelétrica de Belo Monte, já que esse gesto inspirou outras mulheres a participarem mais ativamente das lutas indígenas. Okitidi Sompré destaca ainda a importância de se trazer a figura da mulher indígena para fora da aldeia, já que elas sofrem com a exotificação e com o machismo por parte principalmente dos não indígenas.

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