Internacional

‘Desenvolvimento depende de diálogo com culturas locais’, afirma reitora

Sandra Goulart Almeida participou ontem de debate em encontro do Grupo Tordesilhas, na Universidade Federal Fluminense

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Sandra Goulart Almeida: superação da vulnerabilidade
UFF / Divulgação

“Desenvolvimento não se transplanta. A experiência tem mostrado que, sem um adequado diálogo com a cultura das populações locais, muito do esforço de mitigação da pobreza se revela estéril. E a tradição de um povo, essa dimensão esquecida, só se torna possível por meio de ações no âmbito da educação e da cultura”, afirmou ontem (terça, 26) a reitora da UFMG, Sandra Regina Goulart Almeida. Ela participou de mesa-redonda sobre desenvolvimento social durante o 20º Encontro de Reitores do Grupo Tordesilhas, no campus Praia Vermelha da Universidade Federal Fluminense, em Niterói (RJ).

Sandra destacou, entre os objetivos do desenvolvimento sustentável da ONU, o que trata da educação inclusiva, equitativa e de qualidade, com oportunidades de aprendizagem para todos e interação com os aspectos culturais de um povo, entendido em sua diversidade. “Essa centralidade da educação aliada à cultura só se torna eficaz, por outro lado, se as populações tiverem acesso a tecnologias , infraestruturas e conhecimento supostamente portadores do ‘desenvolvimento’”, continuou a reitora.

Ao enfatizar a dimensão da sustentabilidade na abordagem do desenvolvimento, Sandra Goulart Almeida afirmou que ela implica permanente adaptabilidade, capacidade de existência autônoma e de autopreservação. “A eliminação da pobreza deve ser interpretada como equivalente à superação da vulnerabilidade, individual e social, pelo aporte da educação”, disse a reitora, acrescentando que se referia à educação libertadora, que privilegie o pensamento crítico. “No nível da comunidade, isso se traduz no engajamento dos indivíduos na busca de soluções coletivamente forjadas.”

O evento reuniu dirigentes e professores de instituições como a Universidade de Lisboa, a Universidade do Porto (Portugal), a Universidad de Valladolid (Espanha), Universidade Federal da Bahia e Universidade Federal do estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). Os debates e conferências passaram por temas como universidade desenvolvimento global, economia verde, mulheres como agentes do desenvolvimento e desafios e sustentabilidade nas universidades hoje.

A rede
O Grupo Tordesilhas, rede acadêmica que agrega 26 instituições brasileiras, 20 espanholas e nove portuguesas, tem o objetivo central de promover a cooperação nas áreas de educação, ciência, tecnologia e inovação. 

A UFMG integra o Grupo Tordesilhas desde que ele nasceu, no ano 2000, em encontro na cidade de Valladolid, conhecida como “Casa do Tratado”, uma vez que lá foi firmado o histórico Tratado de Tordesilhas, em 1494.

Com informações da Assessoria de Imprensa da UFF