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Desigualdade de gênero e de raça é expressiva em cidades da Grande BH

Mobilidade e acessibilidade são pontos de destaque nos índices trabalhados no Mapa das Desigualdades de BH e Região Metropolitana

Estudo é acompanhado por mini podcast, que está disponível no Youtube
Estudo é acompanhado por mini podcast, que está disponível no Youtube Reprodução/Movimento Nossa BH

Mulheres negras belo-horizontinas recebem 4,2 vezes menos que homens brancos do bairro São Pedro. Nova Lima tem renda média 1,3 vezes maior que a de BH e 3,4 vezes maior que a de Vespasiano, município de menor renda na Região Metropolitana. Esses são alguns dos dados levantados pelo Mapa das Desigualdades de Belo Horizonte e Região Metropolitana, coordenado e produzido pelo Movimento Nossa BH.

O objetivo do estudo é demonstrar o quanto o espaço urbano e metropolitano é desigual e defender políticas territoriais consistentes e coerentes com essas desigualdades. Os indicadores usados são do Censo de 2010, articulados com a variável renda e destacando duas importantes dimensões da desigualdade: raça e gênero. A dimensão de mobilidade e acessibilidade, que é tema focal da atuação do Movimento Nossa BH, também foi incluída no Mapa. Para comparar e evidenciar as diferenças, foram usadas duas escalas espaciais: a primeira abrangendo os 487 bairros da capital, e a segunda, metropolitana, a fim de identificar as diferenças entre os 14 municípios da Região Metropolitana com maior interação urbana.

O programa Conexões desta quarta-feira, 16, recebeu a comunicadora popular Luana Silva Costa, que também é estudante de direitos humanos e integrante do Movimento Nossa BH e atua na assessoria de mobilização social. Luana pontuou que o Mapa é uma imagem muito simbólica sobre a construção de uma cidade sustentada em interesses brancos, masculinos e heteronormativos, demonstrando uma gestão que é territorializada e excludente.

“A maior força desse mapa é pensar num diálogo com a gestão pública, porque se a gente encontra pretos na periferia e brancos na cidade, a gente pode afirmar que vivemos num apartheid social. O mapa serve para complementar o debate técnico do judiciário, do legislativo, do executivo municipal e da região metropolitana, que na maioria das vezes não nos ouve”, afirmou.

Esse e outros estudos da instituição você encontra no site do Movimento Nossa BH.

Produção: Laura Portugal, sob orientação de Luiza Glória

Publicação: Flora Quaresma, sob orientação de Hugo Rafael