Ensino

'É preciso profissionalizar a carreira docente', defende especialista

Falta de valorização da carreira e baixa procura pelas licenciaturas são debatidos em congresso sobre inovação no ensino superior

Encontro de Licenciaturas, realizado pelo GIZ em agosto de 2017
Encontro de Licenciaturas, realizado pelo GIZ em agosto de 2017 Raíssa César | Flickr GIZ UFMG

Como tornar a carreira docente mais atrativa e estimular que mais alunos optem pelas licenciaturas? O assunto é discutido até sexta-feira, 10, na UFMG, na terceira edição do Congresso de Inovação e Metodologias no Ensino Superior, organizado pela Diretoria de Inovação e Metodologias de Ensino (GIZ).

A procura pelas licenciaturas vem caindo no Brasil nos últimos anos, apesar da oferta de 6,5 mil programas de formação de professores. Entre 2010 e 2016, os bacharelados cresceram 28%, enquanto as licenciaturas tiveram uma queda de 5%, revela o Mapa do Ensino Superior no Brasil 2017.

Um dos motivos apresentados para essa baixa procura tem a ver com a desvalorização da carreira, principalmente na rede pública. Um professor de escola pública ganha em média 36% a menos do que um docente de escola privada.

"Não é só vocação. É preciso profissionalizar a carreira. Para isso, melhores salários e condições de trabalho são fundamentais. E cuidar da saúde mental e física desse professor, para que ele tenha uma perspectiva de melhoria ao longo da carreira e possa inclusive interferir nas políticas públicas", defendeu Nara Maria Pimentel, professora da Universidade de Brasília, durante o encontro na UFMG.

Para Eucidio Pimenta Arruda, diretor do GIZ e professor da UFMG, as avaliações governamentais estão mais preocupadas em formar professores do que tornar a carreira docente mais atrativa. "Faltam pessoas interessadas em se tornar professor e investir na carreira docente", afirma.

ouca-a-reportagem-de-larissa-arantes-09-11-2017.mp3

Reportagem veiculada no Jornal UFMG desta quinta-feira, 9 de novembro de 2017.