Na manhã desta sexta-feira, 2 de julho, a reitora Sandra Regina Goulart Almeida empossou a nova diretoria da Escola de Ciência da Informação em cerimônia transmitida pelo canal da ECI no YouTube. Assumiu como diretor para o mandato 2021-2025 o professor Eduardo Valadares da Silva, que terá como vice-diretor o professor Jezulino Lúcio Mendes Braga. Eduardo e Jezulino receberam os cargos das professoras Terezinha de Fátima Carvalho de Souza e Mônica Erichsen Nassif, diretora e vice-diretora do período 2017-2021.

“Muitos foram os êxitos da diretoria que hoje conduz o cargo à nova gestão, e muitos são os desafios que aguardam os novos diretores. A crise orçamentária que vem assolando gravemente as nossas instituições federais nos últimos anos compromete o futuro das gerações vindouras e do próprio país. Seguramente, este não será um ano fácil, mas trabalharemos juntos para que a adversidade do momento que vivemos não comprometa os caminhos e a missão maior da universidade pública brasileira”, disse Sandra Goulart.

Em sua saudação, a reitora disse que “instituições são feitas de pessoas” e destacou que, nesse sentido, cerimônias institucionais de caráter ritualístico, mesmo que realizadas virtualmente, têm significado especial na história quase centenária da UFMG – e particularmente na trajetória dos mais de 70 anos da Escola da Ciência da Informação. “Elas figuram como marcos do ethos institucional, por meio do qual as nossas unidades escolhem – da maneira democrática, que é como deve ser – aqueles e aquelas que nos próximos anos imprimirão seu traçado e indicarão as prioridades na construção contínua do nosso fazer acadêmico e administrativo”, lembrou.

Antes de Sandra, a professora Lígia Maria Moreira Dumont fez a saudação oficial à nova gestão, e o professor Adalson de Oliveira Nascimento saudou os gestores que encerraram o mandato. Em sua fala, Adalson fez um resgate histórico das origens do negacionismo e falou sobre a importância da verdade e do conhecimento científico como estratégias para combatê-lo. A cerimônia de posse está gravada no canal da Escola da Ciência da Informação no YouTube.

Balanço: processos ajustados
Em entrevista ao Portal UFMG, a professora Terezinha de Fátima Carvalho de Souza lembrou o falecimento da vice-diretora Adriana Bogliolo, em dezembro de 2018, que “deixou a todos muito tristes e abalados”. Ela agradeceu à professora Mônica Nassif pelo empenho em assumir a função naquele momento difícil.  "Isso nos trouxe a certeza de que tínhamos que continuar. Sou muito grata a ela por todo o apoio”, disse.

Segundo Terezinha Carvalho, dois pilares nortearam a gestão que ora se encerra. “No âmbito administrativo, foi desenvolvido um projeto BPM Acadêmico [Business Process Management, gerenciamento de processos de negócio], que possibilitou o mapeamento de todos os processos executados nos departamentos e setores da ECI. O conhecimento gerado foi muito útil, especialmente em dois momentos: quando da adoção do SEI e na implantação das atividades realizadas de forma remota. Conhecer os processos, suas rotinas e suas interfaces entre os diversos setores internos e externos à ECI foi muito importante para manter nossas rotinas a distância", detalhou a professora, que também mencionou melhorias nas condições físicas da unidade, por meio de pequenas reformas, consertos e pintura, trabalho que contou com apoio da Pró-reitoria de Administração.

O outro pilar, o acadêmico, foi marcado pelo desafio imposto pelo ensino remoto. "O que muito contribuiu foi a criação do núcleo de audiovisual que conseguimos viabilizar em 2019 e a realização de oficinas para os professores nas plataformas disponíveis para ensino remoto", destacou Terezinha, mencionando também, como realizações de sua gestão, a edição de e-books e a realização de parcerias, como o Convênio de Dupla Titulação com a Universidade de Antioquia, da Colômbia.

Perspectivas: gestão plural e coletiva
Também entrevistado pelo Portal UFMG, o professor Eduardo Valadares da Silva destacou a sua felicidade em assumir a direção da Escola de Ciência da Informação, mas tratou logo de demarcar os desafios que esperam a sua gestão, conclamando a comunidade a colaborar para a sua superação. “Temos a responsabilidade de gerir uma Escola com uma história de 71 anos de serviços prestados à sociedade brasileira, formando profissionais, pesquisadores, desenvolvendo pesquisas e interagindo diretamente com a comunidade por meio de diversas ações de extensão", afirmou o novo diretor. 

Em sua avaliação, o principal desafio da Unidade continua sendo as condições para o ensino remoto emergencial e a preparação da retomada das atividades presenciais, quando "tivermos segurança sanitária e em sintonia com as orientações do Comitê Permanente de Enfrentamento do Novo Coronavírus".

Eduardo Valadares traçou um panorama da ECI. “Contamos com três graduações (Arquivologia, Biblioteconomia e Museologia), ofertadas nos três turnos, e dois programas de pós-graduação (Ciência da Informação e em Gestão e Organização do Conhecimento), todos muito bem conceituados, mas que certamente podem avançar. Nessas sete décadas, nossas diversas diretorias deixaram, cada uma delas, suas marcas e importantes contribuições ao desenvolvimento da ECI, e isso aumenta ainda mais nosso compromisso de desenvolver uma gestão plural e coletiva, dialogando com todos os segmentos de forma horizontal, criativa e produtiva”, destacou.

O novo diretor também ressaltou que o atual cenário de “cortes e contingenciamentos financeiros tem sido gerido com grande esforço e dedicação” pela Administração Central, o que, na sua visão, “nos traz a certeza de que juntos temos condições de avançarmos cada vez mais no desenvolvimento da nossa Escola de Ciência da Informação".