Saúde

Especialistas discutem eficácia da vacina contra a febre amarela

Médicos vão explicar, neste sábado, no Espaço do Conhecimento, como e por que a imunização é a melhor forma de combater a doença

Vacina é recomendada
Eficiência da vacina é superior a 95% quando aplicada em pessoas com mais de um ano de idade  Foca Lisboa / UFMG

Um surto de febre amarela atingiu o Brasil, e o cenário não é animador: novos casos surgem a cada dia, preocupando a população e as autoridades. Apenas em Minas Gerais, foram confirmados, até meados de março, 320 casos, dos quais 108 evoluíram para óbito. Outras 624 suspeitas da doença estão sob investigação da Secretaria Estadual de Saúde. Mesmo com os números alarmantes, cerca de dois milhões de pessoas ainda não receberam imunização, que é oferecida gratuitamente nos postos de saúde.

Especialistas no assunto, os médicos Tânia Marçal e José Geraldo Leite Ribeiro são os convidados do Café Controverso: Saúde em Pauta, que será realizado neste sábado, 24, no Espaço do Conhecimento UFMG. Os dois vão debater, a partir das 11h, o tema Febre amarela: a vacina é eficaz? A atividade será mediada pela professora Rocksane Norton, aposentada da Faculdade de Medicina da UFMG. O evento é gratuito e aberto ao público, que poderá tirar dúvidas sobre a doença.

O professor da Faculdade de Saúde e Ecologia Humana José Geraldo Leite Ribeiro explica que o surto atual atinge principalmente homens adultos, que tendem a ter menos cuidados com a saúde. Segundo Ribeiro, a vacina é a forma mais eficaz de evitar o contágio. “É importante esclarecer que as formas silvestre ou urbana não têm sua definição relacionada ao local de residência das pessoas, e, sim, ao vetor envolvido. Os casos de febre amarela registrados, até o momento, foram transmitidos pelo mosquito silvestre”, diz.

A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda causada por um vírus transmitido por mosquitos vetores. Na forma silvestre, o inseto pica um macaco contaminado e o transmite para um ser humano. Na forma urbana, o Aedes aegypti pica uma pessoa contaminada e passa o vírus para outra.

Imunização
O alto número de casos evidencia a necessidade de conscientizar a população sobre a importância da imunização. “A eficiência da vacina é superior a 95%, quando tomada a partir de um ano de idade, e de aproximadamente 87% a partir de nove meses, idade indicada para imunização de rotina”, conta Tânia Marçal, da Sociedade Mineira de Infectologia. A médica também afirma que os efeitos graves da vacinação são raríssimos. A letalidade da doença, por outro lado, é de cerca de 50%.

“Apenas casos de gestantes, portadores de doenças crônicas e idosos devem passar por indicação médica. A vacinação é uma intervenção importante na redução do impacto da doença, pois, ao serem vacinadas, aquelas pessoas não são as únicas beneficiadas, mas, sim, toda a sociedade, devido à redução da possibilidade de disseminação”, explica.

O Café Controverso: Saúde em Pauta é uma parceria do Espaço do Conhecimento UFMG com o Instituto Unimed-BH. O Espaço fica na Praça da Liberdade, 700, bairro Funcionários.

Em janeiro, a TV UFMG conversou com o epidemiologista José Geraldo Leite Ribeiro, que esclareceu dúvidas sobre a doença e a vacinação. Assista ao vídeo:

Com Assessoria de Comunicação do Espaço do Conhecimento UFMG