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Ministério do Meio Ambiente premia dissertações do IGC sobre economia florestal

Trabalhos abordam regularização de reservas ambientais e cultura do açaí no Norte do país

A cultura do açaí foi abordada em uma das dissertações
A economia do açaí foi focalizada em uma das dissertações Alexandre Moraes / UFPA

Mestras do Programa de Análise e Modelagem de Sistemas Ambientais (AMSA) no Instituto de Geociências (IGC), as pesquisadoras Rayane Pacheco Costa e Elaine Lopes da Costa foram agraciadas na quinta edição do Prêmio Serviço Florestal Brasileiro em Estudos de Economia e Mercado Florestal, promovido pelo Serviço Florestal Brasileiro, órgão do Ministério do Meio Ambiente.

Orientada pelos professores Raoni Rajão e Britaldo Soares, Rayane é autora da dissertação Estimativa da demanda por regularização do passivo de reserva legal nos estados do Pará e Mato Grosso, defendida em 2016, que ficou com o primeiro lugar na categoria Profissional.

Contemplada com menção honrosa na mesma categoria, Elaine Lopes defendeu, em 2017, a dissertação Pode o açaí (Euterpe precatoria Mart.) ser parte importante no desenvolvimento socioeconômico das famílias extrativistas no Acre, Brasil?, orientada por Britaldo Soares e Sónia Carvalho.

O trabalho de Rayane investiga e sugere alternativas para amenizar o impacto decorrente do descumprimento da obrigação legal de preservação da vegetação nativa. O dispositivo estabelece a produtores rurais brasileiros um limite em relação à exploração desses territórios. A pesquisa procurou estimar a demanda por regularização do passivo de reserva legal em diferentes cenários, considerando os estados do Pará e Mato Grosso.

A pesquisa de Elaine, por sua vez, aborda os dilemas inerentes ao extrativismo na Amazônia e a função estratégica dos produtos florestais não madeireiros – como a borracha, a castanha e o açaí – para a melhoria da subsistência das florestas e para a conservação da biodiversidade. O foco foi conferido à influência do mercado do açaí na economia das famílias. Desde os anos 1990, o fruto é o principal produto extrativista da Amazônia.

A cerimônia de premiação será realizada em Brasília, na próxima quarta-feira, 21 de março.

Política de nucleação
Rayane é natural do Pará, e Elaine nasceu no Acre. A inserção das duas pesquisadoras da região Norte no Programa de Pós-graduação em Análise e Modelagem de Sistemas Ambientais não é uma coincidência geográfica. Segundo o coordenador, professor Rodrigo Affonso de Nóbrega, o programa adota o que chama de "política de nucleação", que consiste em “empenhar esforços para favorecer o ingresso de alunos de regiões periféricas do Brasil”.

“Nossas pesquisas também são geograficamente abrangentes e alcançam regiões cuja vulnerabilidade ambiental e socioeconômica tem origem na deficiência de planejamento e na ineficiência das políticas públicas”, acrescenta o professor.

Segundo Rodrigo de Nóbrega, a política de nucleação foi recomendada pela coordenação de área do comitê de Ciências Ambientais da Capes, durante reunião de coordenadores de programas de pós-graduação realizada no ano passado, em Curitiba. 

Os trabalhos na íntegra e outras informações sobre o concurso estão disponíveis no site da Escola de Administração do Ministério da Fazenda (Esaf).

[Correção: o prêmio é promovido pelo Serviço Florestal Brasileiro, órgão do Ministério do Meio Ambiente. A Esaf, vinculada ao Ministério da Fazenda, é parceira na iniciativa.]