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Eleições 2018: empresas públicas mineiras no centro do debate

Saiba o que os candidatos ao governo de Minas pensam sobre o tema

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Cidade Administrativa do governo de MinasCidade Administrativa | Arquivo

A privatização de empresas estatais voltou à tona com a crise econômica enfrentada pelo Brasil. A venda de companhias estatais passou a ser considerada uma das formas de reforçar o caixa do governo federal e também nos Estados. 

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Resposta dos candidatos e candidata ao governo de Minas

A Rádio UFMG Educativa questionou os candidatos ao governo de Minas Gerais sobre suas posições em relação às empresas públicas. A solicitação foi feita a todos os candidatos, sendo que, até a data de veiculação desta matéria, responderam aos questionamentos Adalclever Lopes (MDB); Antonio Anastasia (PSDB); Dirlene Marques (PSOL); Jordano Metalúrgico (PSTU) e Romeu Zema (Novo). Confira abaixo as respostas na íntegra: 

Primeiramente, perguntamos aos candidatos se eram a favor da privatização de empresas públicas mineiras e quais.

O candidato Adalclever Lopes (MDB) respondeu que:

Sou a favor do debate em torno das privatizações, mas sou contra, por exemplo, privatizar Cemig, Copasa e Codemig.

O candidato Antonio Anastasia (PSDB) respondeu que:

Não. Empresas como a Copasa, a Cemig e a Codemig não devem, a meu ver, ser privatizadas. Ao contrário, temos de utilizá-las como impulsionadoras do nosso desenvolvimento. Elas podem ser utilizadas para alavancar os investimentos no Estado, e é isso o que pretendo fazer. O que essas empresas precisam é voltar a ter uma gestão profissional que, com planejamento, possam novamente colaborar para o progresso de todas as regiões de Minas Gerais. Essas empresas são ativos importantes construídos ao longo do tempo pelo povo mineiro. Devem, portanto, ser valorizadas e colaborar com nosso Estado.

A candidata Dirlene Marques (PSOL) respondeu que:

O PSOL é contrário à privatização de quaisquer empresas públicas. Acreditamos que as privatizações nada mais são do que iniciativas de desmonte do setor público, favorecendo grandes empresas.

O candidato Jordano Metalúrgico (PSTU) respondeu que:

Nós do PSTU não defendemos privatização nenhuma. A privatização significa entregar nossas riquezas para beneficiar um grupo muito reduzido de pessoas. Significa colocar na mão de poucos o que foi produzido pelos trabalhadores. Queremos é estatizar as empresas. Queremos que os trabalhadores assumam o controle da produção e que a riqueza produzida por eles seja utilizada para melhorar a vida das pessoas, investindo em saúde, em educação, em transporte e moradia. Entendemos que só assim é possível mudar e melhorar as coisas. Enquanto a lógica for garantir boas condições de vida para poucos, os recursos não serão destinados para melhorar a vida dos trabalhadores.

O candidato Romeu Zema (Novo) respondeu que:

Sempre que a privatização puder significar uma vantagem para a sociedade, serei sim a favor da privatização. Entretanto, não somos favoráveis a privatizações sem quaisquer critérios; ou seja, privatizar por privatizar.

Empresas públicas ineficientes, com administração predominantemente política e que, além de tudo, fujam dos objetivos primordiais do estado devem sim ser transferidas para a iniciativa privada. Mas somente após estudos sérios, avaliando criteriosamente o processo de privatização para que ele seja benéfico para os servidores e o povo de Minas Gerais.

Entre essas empresas, eu poderia citar a Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais) e a Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais), mas apenas depois que forem fortalecidas. No caso da Cemig, planejo fatiar a empresa em três ou quatro companhias de forma que a população possa escolher entre o melhor serviço e tarifa. Volto a dizer: "O estado tem que ser gestor, não provedor".

A UFMG Educativa também perguntou se os candidatos são favoráveis ao desmembramento de empresas públicas mineiras para abrir o capital das atividades mais rentáveis, como ocorreu com a Codemig.

O candidato Adalclever Lopes (MDB) respondeu que:

Acredito que o processo com a Codemig deveria ter sido feito de forma mais planejada, e não com aquela pressão por prazos justamente em um ano eleitoral. As empresas públicas guardam uma parcela importante do patrimônio do nosso estado, que pertence a todos os mineiros. Penso que qualquer projeto dessa natureza deve ser conduzido com a mais absoluta transparência e em diálogo aberto e permanente com todos os setores da população.

O candidato Antonio Anastasia (PSDB) respondeu que:

Não sou. A abertura de capital da Codemig como pretendida pelo governo Pimentel, felizmente, não foi concretizada. Sou contrário à venda da participação da Codemig na extração de nióbio que, certamente, é um dos minerais mais valiosos e que aumenta seu valor cada vez mais. Sem dúvida, a Codemig representa uma fonte importante de recursos para o Estado e essa venda traria grande prejuízo para os mineiros. Como eu disse, acredito que as empresas públicas precisam colaborar com o desenvolvimento de Minas Gerais de forma sustentável. Para isso, não podem ser deficitárias, como não são. Com uma gestão eficiente e aproveitando o seu corpo técnico, com criatividade e em parceria com os municípios e com outras empresas, essas instituições serão fundamentais para a reconstrução de Minas que propomos.

A candidata Dirlene Marques (PSOL) respondeu que:

Não, nossa candidatura ao governo de Minas Gerais não é favorável à abertura de capital. Para o PSOL Minas, é preciso impedir o avanço da privatização da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (CODEMIG), empresa do estado que recebe parte dos lucros da exploração do nióbio, metal que representa uma riqueza de trilhões para Minas Gerais, cuja comercialização tem beneficiado apenas grupos privados.

O candidato Jordano Metalúrgico (PSTU) respondeu que:

O desmembramento da Codemig significou a entrega de nossas riquezas para grandes investidores privados e hoje temos nossas riquezas minerais voltadas para o enriquecimento de bancos, como o Itaú que lucra com a exploração do nióbio. Minas Gerais possui reservas importantes de minério e recursos minerais, como água, mas já colocou parte desses recursos na mão dos setores privados, em sua maioria estrangeiros e ainda quer colocar o que restou também nas mãos de empresas privadas, com a proposta de venda da Codemig. Isso é um erro. Defendemos que nossos recursos minerais sejam colocados a serviço do desenvolvimento de nosso país e que a riqueza produzida seja aplicada na melhoria da vida dos trabalhadores. Não podemos permitir que nossa riqueza sirva para enriquecer grandes empresas e que seja enviada para fora enquanto a população passa fome, não tem moradia, com uma saúde e educação sucateada. Por isso somos contra a entrega das empresas estatais ao capital privado. Queremos reestatizar empresas como a Vale que foram construídas com o dinheiro da população e estatizar as demais, garantido, com isso, melhoria da vida de nosso povo.

O candidato Romeu Zema (Novo) respondeu que:

Como já expliquei, entendo que a privatização de setores do governo e empresas estatais deve ser feita com o objetivo de gerar benefícios diretos para a população. O meu desejo é, com o tempo, privatizar todas as estatais, menos a Codemig, que, por sinal, é exatamente a que o governador atual deseja privatizar. Agora, a questão é entender o porquê de privatizar uma empresa cuja função é receber royalties; ou seja, receitas futuras, o que é um absurdo. Essa companhia, para começar, nem deveria ter sido criada, e sim ter suas atividades como parte da Secretaria da Fazenda, para não ser mais um cabide de cargos e benesses.