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Estudo investiga como a população negra lida com o sofrimento físico e mental

Cristiane Ribeiro, mestra pela UFMG, traz para a academia experiências sobre a realidade dos jovens em condição de criminalidade e dos coletivos de mulheres da periferia

Manifestação da Rede Mães de Luta MG em março deste ano no centro de BH
Manifestação da Rede Mães de Luta MG em março deste ano, no centro de BH Arquivo pessoal

A população negra é exposta, diariamente, a uma série de violências. A taxa de analfabetismo da população negra é o dobro da população branca. A maior parte da força de trabalho brasileira é negra, mas pretos e pardos representam menos da metade dos ocupantes dos cargos gerenciais e têm salários menores do que os das pessoas brancas. Na segurança pública, outro dado preocupante: os jovens pretos e pardos são maioria entre as vítimas de homicídio. Uma pessoa negra tem 2,7 vezes mais chances de ser vítima de homicídio intencional do que uma pessoa branca. 

Diante desse cenário, de quais redes de tratamento e suporte essa parcela da população dispõe e como ela lida com o sofrimento físico e mental? Essas são algumas das questões investigadas na dissertação de Cristiane Ribeiro, psicóloga e psicanalista, mestre pelo Programa de Pós-graduação em Promoção da Saúde e Prevenção da Violência da Faculdade de Medicina da UFMG.

Moradora do Morro das Pedras, aglomerado na região Oeste de Belo Horizonte, e ativista de movimentos raciais e de gênero, Cristiane trouxe para a academia experiências sobre a realidade dos jovens em condição de criminalidade nas comunidades e dos coletivos de mulheres negras da periferia e analisa as dimensões políticas e subjetivas dos caminhos construídos por essas pessoas para driblar os impactos das violências do racismo. 

Subvertendo a lógica acadêmica de pesquisador e objeto, ela inclui sua própria vivência e a dos sujeitos pesquisados em um lugar de autoria. Uma das experiências abarcadas pela pesquisa é a do coletivo Mães de Luta de Minas Gerais, que nasceu para acolher mulheres que sofrem. Saiba mais no novo episódio do programa Aqui tem ciência.


Cristiane trouxe experiências de sua comunidade para a academia
Cristiane: caminhos construídos para driblar a violência do racismoArquivo pessoal

Raio-x da pesquisa

Dissertação: Tornar-se negro, devir sujeito: uma investigação psicanalítica acerca das reverberações clínicas e políticas do racismo
O que é: o estudo avalia a forma como o racismo presente na vida das pessoas negras é tratado pelas teorias da psicanálise e as possíveis saídas criadas pela população preta e parda para lidar com o sofrimento mental
Ano da defesa: 2020
Programa de pós-graduação: Promoção da Saúde e Prevenção da Violência da Faculdade de Medicina
Orientadora: Cristiane de Freitas Cunha Grillo
Assista à defesa da pesquisadora.

Pílula radiofônica
O episódio 43 do programa Aqui tem ciência é apresentado e produzido por Breno Benevides, com edição de Paula Alkmim e trabalhos técnicos de Breno Rodrigues.

O programa é uma pílula radiofônica sobre estudos da UFMG e busca abranger todas as áreas do conhecimento. A cada semana, a equipe da Rádio UFMG Educativa apresenta os resultados do trabalho de um pesquisador da Universidade. 

Aqui tem ciência fica disponível em aplicativos de podcast como o Spotify e vai ao ar na frequência 104,5 FM, às segundas, às 11h, com reprises às quartas, às 14h30, e às sextas, às 20h.