Coberturas especiais

Estudo liderado pela Unicamp demonstra eficácia do distanciamento social na preservação de vidas

Projeção matemática demonstra que, em maio, eram necessários quatro minutos para salvar uma vida. Atualmente, duas vidas são salvas por minuto, como consequência da quarentena

Estudo demonstra comportamento da curva do coronavírus, levando em conta o isolamento social no país
Estudo demonstra comportamento da curva do coronavírus, levando em conta o isolamento social no país Reprodução / vidas_salvas

Em meio à pandemia de covid-19, questionamentos acerca da necessidade do isolamento social e sobre a possibilidade de flexibilização do comércio e de outras atividades não essenciais são feitas a todo o tempo, no Brasil e no mundo. Em diferentes situações o presidente Jair Bolsonaro já expressou seu desejo pela reabertura do comércio e por uma volta à normalidade do período pré-pandemia. Mas uma das principais recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) para conter o avanço do novo coronavírus, continua sendo que a quarentena seja respeitada e que não seja feita a retomada das atividades paralisadas.  

Diante desse embate, um grupo de matemáticos lançou mão do universo dos números para provar cientificamente que o isolamento salva vidas. O estudo foi liderado por pesquisadores da Unicamp, entre eles a professora Claudia Alejandra Sagastizábal, do Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica da Universidade e pesquisadora do Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria, que reúne pesquisadores de outras instituições, como a Universidade de São Paulo (USP). 

Em entrevista ao programa Conexões, da Rádio UFMG Educativa, nesta terça-feira, 28, Claudia Sagastizábal explicou que o objetivo do estudo foi demonstrar como cada pessoa está contribuindo para salvar vidas, por meio do distanciamento social, durante a pandemia do novo coronavírus.

“A ideia inicial foi tentar associar [a pandemia] a um número positivo, porque estamos lidando o tempo inteiro com mortes, o que é assustador, mas sem perder de vista a nossa contribuição para melhorar esses números. Um dos indicadores que escolhemos demonstrar é o número de vidas salvas por minuto”, afirmou.

De acordo com a professora, em maio, quando teve início o estudo, eram necessários quatro minutos para salvar uma vida. Agora, no fim de julho, duas vidas têm sido salvas por minuto, como consequência do distanciamento social. “Temos agora que observar como irá se espalhar a doença. Mas já estivemos melhor. Nas últimas duas semanas, os indicadores têm piorado, demonstrando que a doença voltou a se espalhar”, disse.

Ouça a conversa com Luíza Glória

Produção de Arthur Bugre