Arte e Cultura

Festival de Inverno começa sexta com foco no fomento da existência em comum

Toda a programação do evento é gratuita. Inscrição para residências, oficinas e jornada de estudos ainda pode ser feita pela internet

Apresentação da MG Big Band abre programação do Festival de Inverno de 2018
Apresentação da MG Big Band abre programação do Festival de Inverno de 2018 Foto: Fabiana Pinheiro

Com o tema coExistência – um dois nós, o 50° Festival de Inverno da UFMG começa nesta sexta-feira, 20, com solenidade no auditório da Reitoria, às 18h. A temática escolhida para a edição deste ano põe em cena a construção conjunta de novas possibilidades de existência comum e chama atenção para três tipos de conexões presentes na vida cotidiana: com a nossa vida interior, com os nossos semelhantes e com o mundo.

“O momento é de pensarmos o nosso coexistir, o existir junto, e de fazermos a reflexão sobre como concretizar essa convivência da diversidade, da pluralidade, num espaço comum, que é o espaço da nossa cidade e da Universidade”, afirma a reitora Sandra Goulart Almeida. “Pensar essa coexistência – por meio das artes – é muito importante para nós”, reitera.

O evento segue até dia 28, sábado, com atividades em diferentes espaços da UFMG, em Belo Horizonte. Um espetáculo da MG Big Band marcará o evento de abertura, às 18h30, no auditório da Reitoria. Na oportunidade, também será inaugurada a exposição Clébio Maduro: obra gráfica, que reunirá 97 obras do professor da Escola de Belas Artes, considerado um dos mais importantes nomes da gravura no Brasil. A mostra será montada no saguão da Reitoria.

No plano artístico-cultural, o evento também contará com shows musicais, espetáculos teatrais e performances, além de concerto do Ars Nova-Coral da UFMG e de um show de samba da cantora e compositora Aline Calixto, que comandará a festa de encerramento. Toda a programação do Festival de Inverno da UFMG é gratuita e pode ser conferida no site do evento. A participação nas atividades artísticas não demanda inscrição.

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Exposição vai reunir quase cem obras do gravador Clébio Maduro, professor da Escola de Belas Artes Gravura: Clébio Maduro

Rodrigo Vivas, diretor de ação cultural da UFMG
Rodrigo Vivas, diretor de Ação Cultural da UFMG Foto: Júlia Duarte / UFMG

Libelo contra o maniqueísmo
Para o professor Rodrigo Vivas, diretor de Ação Cultural da UFMG, a temática da coexistência representa um libelo contra as dicotomias, a polaridade e o maniqueísmo. “Nosso maior desafio, hoje, é o de nos relacionarmos com o outro, nos contaminar com o outro, ocuparmos o mesmo espaço da diferença. Em alguma medida, perdemos a capacidade de escuta”, diz o diretor, citando as redes sociais como ambientes onde “não existe diálogo e efetiva coexistência”. A temática visa justamente pôr em cena o desejo de se encontrar possibilidades de sobreposições e de contaminações que trabalhem na contramão desse quadro.

Com foco nessa existência em comum, o Festival deste ano contará com oito residências artísticas, modalidade já experimentada em edições do passado e retomada em 2017. Estão programadas residências sobre música, sonorização, captação de sons, comunicação, cinema, artes gerais, teatro e dança. Cada uma terá carga horária de 56 horas durante oito dias.

Uma novidade desta edição é a jornada de estudos À escuta de mundos possíveis: música, cenas, territórios, que vai promover reflexões sobre a relação entre a música e a cidade. A jornada será realizada no Conservatório, no dia 21, sob a coordenação de Lúcia Campos, professora da Escola de Música da Universidade Estadual de Minas Gerais (Uemg) e pós-doutoranda da Escola de Música da UFMG. O evento terá mesas-redondas, painéis temáticos e exibição de documentário.

Quatro oficinas estão programadas para esta edição: duas para crianças, uma para jovens e uma para a terceira idade. Elas serão ministradas no Centro Pedagógico, na Escola de Música e na Escola de Belas Artes, respectivamente. As conferências serão realizadas no Conservatório e trarão à UFMG a atriz, diretora e dramaturga Grace Passô, a diretora do grupo Oficcina Multimédia, Ione de Medeiros, o músico, compositor e ensaísta José Miguel Wisnik e o artista plástico e ensaísta Nuno Ramos.

Para as atividades que exigem inscrição, como as oficinas, as residências e a jornada de estudos, o cadastro pode ser feito pelo site do evento até dia 20, sexta-feira. Além da direção geral de Rodrigo Vivas e artística de Mauro Rodrigues, a programação foi concebida sob a curadoria de Heloisa Faria Braga Feichas, Mário Alex Rosa e Patrícia Gomes de Azevedo.