Arte e Cultura

Grupo de teatro 'Mulheres de luta' será tema de debate no Festival de Verão

Coletivo nasceu no interior de uma ocupação urbana

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'Mulheres de Luta' é um coletivo de pesquisa teatral focado na busca pela liberdade e dignidade femininasFoto: Kika Antunes

Na terça-feira, dia 12, o miniauditório do Conservatório UFMG vai sediar o debate População de rua, ocupações, arte e cultura. A atividade, que integra a programação do 13º Festival de Verão da UFMG, contará com a participação da diretora Cristina Tolentino, que vai relatar a trajetória do Grupo de Teatro Mulheres de Luta, formado por mulheres da ocupação Carolina Maria de Jesus, instalada desde 2017 em imóveis inativos de Belo Horizonte.

Na ocasião, o ativista Leonardo Péricles Vieira, que é morador da ocupação Paulo Freire, na região do Barreiro, vai falar sobre a situação dos moradores de rua no Brasil. Ele vai tratar, entre outros temas, da ausência de uma política habitacional no país, que demanda uma profunda reforma urbana, e da relação entre essa deficiência e o crescimento da população em situação de rua e das ocupações.

Dignidade e liberdade
O Grupo de Teatro Mulheres de Luta é um coletivo de pesquisa teatral cujas integrantes têm em comum a trajetória de superação das limitações da vida doméstica e de busca de um sentido libertário para suas vidas e comunidade.

Formado em 2017 por oito mulheres, o coletivo funciona como um espaço em que se encontram, convivem de forma lúdica e trocam experiências. O teatro, segundo a diretora e fundadora Cristina Tolentino, “foi o meio escolhido para potencializar suas vozes e luta. Essas mulheres eram muito tímidas e nunca haviam ido ao teatro. Com o Grupo, desenvolveram sua autoestima, reconheceram a importância das suas histórias e descobriram o poder das suas vozes”, conta.

O projeto começou com a cena Todas as vozes, todas elas, que estreou em dezembro de 2017 e já se apresentou em vários eventos e espaços na cidade. “Mais do que uma cena, é um processo de criação de novos mundos possíveis, de uma microrrevolução, de beleza, de lugar de fala, de delicadeza e corajosa ousadia, de criação de tessituras de vida e de arte”, define a diretora. 

O público do Festival poderá assistir à performance no mesmo dia do debate, às 20h, no Centro Cultural UFMG (Av. Santos Dumont, 174).

A ocupação Carolina Maria de Jesus, que homenageia uma das mais importantes escritoras negras do Brasil (autora de Quarto de despejo), fica em um prédio na rua Rio de Janeiro, Centro de Belo Horizonte. O movimento negocia com o Governo de Minas Gerais a construção de moradias na região do Barreiro.

O debate começa às 10h. A entrada é franca, sujeita apenas à lotação do miniauditório. Interessados em obter certificados devem ser inscrever previamente no site do Festival. O Conservatório UFMG fica na Avenida Afonso Pena, 1.534.