Pesquisa e Inovação

Identificado perfil genético de tumores dos ossos maxilares

Descoberta feita por pesquisadores da UFMG traz novas perspectivas de tratamento

Ricardo e Carolina: testes com medicamentos para tratar células alteradas
Ricardo e Carolina: testes com medicamentos para tratar células alteradas Foca Lisboa / UFMG

Professores da UFMG identificaram, de forma inédita, o perfil genético de tumores dos ossos maxilares e mutações que podem se transformar em possíveis alvos terapêuticos para casos agressivos da doença, conhecida como lesão de células gigantes dos maxilares ou granuloma de células gigantes. A descoberta, feita em parceria com pesquisadores da McGill University, Canadá, e da Universidade de Vermont, Estados Unidos, está descrita em artigo publicado no periódico Nature Communications.

As lesões de células gigantes dos ossos maxilares têm origem incerta e afetam a mandíbula e a maxila de indivíduos de diferentes faixas etárias, especialmente de crianças e jovens. Embora esse seja um tumor benigno, alguns casos têm comportamento clínico extremamente agressivo, e, por falta de caracterização molecular dessas lesões, o tratamento só é possível por meio de drogas inespecíficas ou, na maioria dos casos, por cirurgia, procedimento que acarreta perda de ossos e dentes, levando a deformidades faciais e disfunções da mastigação, deglutição e fala. 

O estudo coordenado pelos professores Carolina Cavalieri Gomes, do Departamento de Patologia Geral do ICB, Ricardo Santiago Gomez, do Departamento de Clínica, Patologia e Cirurgia da Faculdade de Odontologia, e Nada Jabado, da McGill University, identificou mutações genéticas em três genes, com base no sequenciamento de células tumorais de 58 pacientes com granuloma de células gigantes.

Matéria sobre o trabalho foi publicada na edição 2.051 do Boletim UFMG, que circula nesta semana.