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Livro conta os bastidores da tragédia na Boate Kiss, em Santa Maria

‘Todo dia a mesma noite: a história não contada da Boate Kiss’ resgata memórias da tragédia que vitimou 242 pessoas em janeiro de 2013

Nos últimos dois anos, a jornalista Daniela Arbex ouviu relatos de quem ainda sofre com a tragédia
Daniela Arbex ouviu relatos de quem ainda sofre com a tragédia Reprodução

Deveria ser uma noite apenas de festa e celebração para estudantes dos cursos de medicina veterinária, agronomia, pedagogia e zootecnia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), na região central do Rio Grande do Sul. Quase mil pessoas estavam reunidas para as apresentações de duas bandas na Boate Kiss. Mas aquele 27 de janeiro de 2013 entrou para a história do Brasil e do mundo de outra forma: foi o dia da tragédia da Boate Kiss.

Após o uso de um artefato pirotécnico pelo vocalista de uma das bandas, o teto de espuma se incendiou, o fogo se espalhou, queimando e intoxicando quem estava na boate. A falta de saídas adequadas de emergência e o despreparo da equipe de segurança resultaram na morte de 242 pessoas.

Cinco anos após a tragédia, a ferida segue aberta em familiares, sobreviventes e moradores da cidade. Nos últimos dois anos, a jornalista Daniela Arbex se propôs a ouvir a dor de quem ainda sofre com a tragédia, recolhendo relatos de diversos personagens. Após incontáveis folhas de papel com transcrições de entrevistas, chega agora às livrarias o resultado de tanto trabalho: o livro Todo dia a mesma noite: a história não contada da Boate Kiss.

“Muitas vezes o jornalista é escolhido pela história e eu me sinto assim nesse caso, pois, em 2016, um radialista do meu grupo de comunicação, disse que havia conhecido uma enfermeira em Santa Maria e que eu precisava contar essa história. Eu ri quando ele me falou isso, disse que todo mundo já havia contado essa história”, explicou Daniela Arbex, em entrevista ao programa Universo Literário, da Rádio UFMG Educativa, nesta terça-feira, 30. Durante a entrevista, a escritora falou sobre o trabalho de recontar, por outros olhares, a tragédia da Boate Kiss.

Após insistência do amigo radialista, Daniela conta que sentiu-se tocada. Por isso, resolveu fazer contato com algumas das famílias. “A primeira mãe que me respondeu disse assim: ‘que bom, pois a gente precisa ser ouvido!’ Isso me impactou”, narrou a jornalista, que, por conta dessa resposta, fez a primeira de cinco viagens a Santa Maria, ao longo de dois anos.

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O livro Todo dia a mesma noite: a história não contada da Boate Kiss está sendo lançado pela Intrínseca. Outras informações – como preço e onde adquirir o livro – podem ser consultadas na página do lançamento no site da editora, onde também estão disponíveis para leitura as 30 primeiras páginas do livro.