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Marcha pela Ciência atrai estudantes do ensino médio em Belo Horizonte

Manifestantes protestaram contra cortes de recursos que totalizam quase R$ 13 bilhões nos últimos dois anos

Marcha pela Ciência reuniu professores, bolsistas de pós-graduação e até estudantes do ensino médio na Praça da Liberdade
Manifestantes se concentraram na Praça da Liberdade Mariana Prates | UFMG

O segundo e último dia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2017 coincidiu com a realização da 3ª Marcha pela Ciência, promovida pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) em várias capitais do País. A UFMG aderiu à mobilização, cujo objetivo é chamar a atenção para os cortes previstos no orçamento destinado à Ciência e Tecnologia em 2018.

Em Belo Horizonte, a manifestação foi realizada na Praça da Liberdade, na manhã deste domingo, e contou até mesmo com a participação de estudantes do ensino médio, como observou Miriam Lopes, organizadora da Marcha na capital mineira e professora do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFMG. 

“Nós já estamos sofrendo as consequências disso, e os mais jovens começam a se dar conta do que vai ser o futuro deles. Havendo cortes agora, com certeza,  não vamos chegar a lugar algum”, disse ela, em entrevista à repórter Soraya Fideles, da Rádio UFMG Educativa.

Também do ICB, a professora Adelina Reis, secretária regional da SBPC, lembrou a instalação do tesourômetro na portaria principal da UFMG, durante a 69ª Reunião Anual da entidade, no último mês de julho, para registrar os cortes de recursos na área. “O tesourômetro mostra que R$ 500 mil estão sendo perdidos ou deixando de ser repassados para a ciência e tecnologia por hora. Isso significa um corte de quase R$ 13 bilhões desde 2015”, detalhou.

O investimento federal em ciência e tecnologia no Brasil já é o menor da história e deve cair ainda mais em 2018. A previsão é de um corte de 25% em relação ao orçamento de 2017, segundo a nova proposta orçamentária encaminhada ao Congresso pelo Ministério do Planejamento no último dia 30 de outubro.

O pró-reitor de Assuntos Estudantis da UFMG, Tarcísio Mauro Vago, também participou da marcha e classificou os cortes como “crimes de lesa-pátria”. “Nosso país tem na ciência um pilar para o seu desenvolvimento. A produção do conhecimento em todas as áreas é fundamental para o desenvolvimento social”, enfatizou.

Ouça a reportagem de Soraya Fideles