Extensão

Marcha pela Ciência em Minas propõe debate sobre escola, ciência e arte

Evento virtual ocorre nesta quarta-feira, 28, com transmissão pelo YouTube

Cena do Teatro&Cidade, uma trilogia, vencedor da Mostra Visualiza UFMG em 2019
Cena do 'Teatro&Cidade, uma trilogia', vencedor da Mostra Visualiza UFMG, desdobramento de projeto de extensão que incentiva a produção de vídeos de divulgação científicaCaptura de tela | TV UFMG

 

Nesta quarta-feira, 28, a UFMG participa da Marcha pela Ciência em Minas, que ocorre no formato virtual pelo segundo ano consecutivo em razão do distanciamento social imposto pela pandemia de covid-19. Com o tema Escola, ciência e arte, a programação inclui oficinas para professores e estudantes da educação básica, sobre o uso de tirinhas, rap e até show de mágica para ensino de ciências. 

Os públicos também poderão participar de mesas-redondas e debates sobre a tríade temática e assistir à mostra de artes sobre a percepção dos jovens acerca do que é ciência. O evento terá início às 9h30, com transmissão pelo canal do Coletivo Ciência, Tecnologia e Sociedade em Movimento no YouTube.  

Segundo o professor da Faculdade de Educação da UFMG e secretário regional da SBPC, Luciano Mendes, a Marcha pela Ciência, de caráter político e interinstitucional, reforça a importância da ciência como forma de reação contra o obscurantismo e fake news na sociedade contemporânea e de integração de múltiplos conhecimentos e saberes sobre o modo como a sociedade percebe e se comporta nos diferentes territórios.

"Além de funcionar como uma forma de alento nesse contexto pandêmico, a arte pode ajudar no ensino e na divulgação da ciência”, avalia a professora da Fiocruz/Minas Cristiana Ferreira Alves de Brito, também envolvida na organização do evento.

Cristiana Ferreira destaca as oficinas e a mostra artística que tratam a arte como ferramenta de ensino e divulgação de ciência nas escolas, além das mesas que  abrigarão debates sobre o tema. Para participar das oficinas e obter certificação de presença, os interessados devem fazer inscrição.      

Educação de jovens e a adultos
A educação escolar é um direito constitucional, inclusive para jovens e adultos que não tiveram oportunidade de concluir os estudos quando eram crianças e adolescentes. Mesmo prevista pela Constituição Federal, pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação e pelo Plano Nacional de Educação, a modalidade de educação de jovens e adultos continua sendo pouco ou nada reconhecida pela sociedade. A avaliação é da professora da Faculdade de Educação Analise da Silva, que fará palestra às 10h30 sobre o tema. 

Ela tratará de questões referentes à negação desse direito, que tem reflexos na participação popular nos espaços públicos, na equidade nas políticas públicas fundamentada na solidariedade e na amorosidade, no conhecimento crítico e transformação da realidade, na avaliação e sistematização de saberes e práticas.    

Protagonismo juvenil
Na sequência, as duas mesas-redondas programadas para esta quarta-feira põem em debate o protagonismo dos jovens nas atividades de produção e divulgação científica. Às 10h30, os participantes vão conhecer o projeto de extensão Visualiza UFMG, que incentiva a divulgação científica dos trabalhos apresentados na Semana do Conhecimento UFMG por meio de vídeos.  

Na parte da tarde, às 13h30, a mesa Educação científica por meio das feiras de ciências na educação básica discutirá o papel desses eventos, que propiciam a participação de aspirantes a cientistas matriculados em escolas da rede pública de ensino.    

A professora de Ciências do Centro Pedagógico Ana Cristina Ribeiro Vaz, que integra a organização da UFMG Jovem, explica que a participação dos jovens nas feiras é uma ótima possibilidade para que  percebam a importância da interdisciplinaridade. “Quando participam das feiras, os jovens conseguem ver na prática que apenas uma área do conhecimento não é suficiente para alcançar os objetivos por eles propostos. Além disso, desenvolvem muitas habilidades e o próprio senso crítico, e descobrem a importância do diálogo e do trabalho em grupo”, relata.

Sobre a questão da divulgação científica promovida pelas feiras, a professora destaca a habilidade de percepção e adequação da linguagem aos públicos. "É visível como os jovens são capazes de adaptar a linguagem conforme a faixa etária dos públicos visitantes e incorporar sugestões que ocorrem durante as apresentações, construindo, assim, o processo de produção de novos conhecimentos”.

Saiba mais sobre as feiras de ciência neste vídeo da TV UFMG.

Ciências da natureza na escola
Em entrevista ao programa Conexões, da Rádio UFMG Educativa, a professora Mônica Bucciarelli Rodriguez, coordenadora adjunta nacional do mestrado profissional em Ensino de Biologia em Rede Nacional (Profbio), fala sobre o ensino de ciências da natureza, tema de outra mesa que compõe a Marcha.

 

Teresa Sanches