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Mineradora quer explorar ouro em área atingida por rompimento de barragem em Bento Rodrigues

'Querem transformar a desgraça em negócio. É uma ganância desenfreada', reclama coordenador do Manuelzão

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Tragédia ocorreu em 5 de novembro de 2015 deixando 19 mortos e prejuízos incalculáveis
Alex Lanza | MPMG

Dois anos após o rompimento da barragem em Mariana, uma mineradora anuncia a intenção de explorar ouro na região de Bento Rodrigues. O coordenador do Projeto Manuelzão da UFMG, professor Marcus Polignano, critica a impunidade e a falta de sensibilidade de quem quer usar a área antes mesmo da recuperação.

"Querem transformar a desgraça em negócio. É uma ganância desenfreada, uma falta de sensibilidade absurda. Independente do valor material, estamos falando de uma área que foi devastada por um dano ambiental e até hoje não foi reparada. Fica a sensação de que não aprendemos com a lição", reclama Polignano na coluna de Meio Ambiente do Jornal UFMG desta quarta-feira, 1.

Além das 19 mortes, o mar de lama deixou prejuízos econômicos, ambientais, sociais e culturais incalculáveis em toda a região de Mariana. "Houve perda de biodiversidade e de áreas produtivas com quilômetros de rios devastados. Nesses dois anos, assistimos a impunidade disso tudo. O processo judicial se encontra praticamente paralisado, sem ninguém responsabilizado. As empresas até hoje não vieram a público pedir desculpas pelos danos provocados", lamenta.

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Coluna veiculada no Jornal UFMG desta quarta-feira, 1º de novembro de 2017.