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Morre Maria do Carmo de Oliveira, técnica de enfermagem do HC e dirigente do Sindifes

Ela militou em defesa da saúde pública e da cultura negra; velório será neste sábado, a partir das 12h, na sede do sindicato

Maria do Carmo: atuação no movimento negro e influência para sindicalistas mais jovens
Maria do Carmo: atuação no movimento negro e influência para sindicalistas mais jovens Arquivo Sindifes

Morreu em Belo Horizonte nesta sexta-feira, dia 11, aos 78 anos, a técnica de enfermagem Maria do Carmo de Oliveira Silva, que trabalhou durante 33 anos no Hospital das Clínicas da UFMG e atuou como coordenadora de Assuntos de Aposentadoria e Pensões do Sindicato dos Trabalhadores nas Instituições Federais de Ensino Superior (Sindifes). Ela lutava contra complicações pulmonares e renais decorrentes da covid-19.

O corpo de Maria do Carmo será velado neste sábado, dia 12, das 12h às 14h, na Casa do Sindifes (Alameda das Princesas, 1.275 – Pampulha). Quem comparecer ao velório deve usar máscara e estar munido de álcool gel. O sepultamento ocorrerá ainda neste sábado, no Cemitério Belo Vale, em Santa Luzia, em cerimônia restrita a 10 pessoas da família.

Do Carmo, como era conhecida, notabilizou-se por sua luta por direitos dos trabalhadores da saúde e em defesa do Sistema Único de Saúde (SUS). No Hospital das Clínicas, ela atuou como representante dos trabalhadores nos conselhos Administrativo e Diretor e como representante dos servidores técnico-administrativos da enfermagem na Vice-diretoria Técnica de Enfermagem (VDTE). Ainda no HC, foi vice-diretora da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa). Também participou do Conselho Municipal de Saúde como representante do Sindifes e do próprio HC. 

A técnica de enfermagem foi diretora de Esportes, Cultura e Lazer na Associação dos Servidores da UFMG (Assufemg) e militante do movimento negro de Belo Horizonte, com ampla contribuição na defesa da cultura da população negra. No Sindifes, foi coordenadora de Aposentadorias e Pensões durante três mandatos.

'Mãezona'
A coordenadora geral do Sindifes, Cristina del Papa, afirma que Maria do Carmo foi uma pessoa especial, que passou muitas dificuldades e conseguiu se sobressair nos movimentos negro e sindical. “Ela começou numa época em que o sindicalismo era um ambiente masculino e machista, muito mais do que é hoje”, diz a diretora. Emocionada, del Papa relata que Maria do Carmo foi uma “mãezona” para ela e para outros sindicalistas de sua geração. “Era uma figura paciente e acolhedora com quem aprendi muito. Comecei minha atuação política na UFMG como suplente dela, em uma chapa da antiga CPPTA [Comissão Permanente de Pessoal Técnico e Administrativo]”, conta.

Maria do Carmo nasceu em Oliveira, no Oeste de Minas Gerais. Foi casada com o eletricista de manutenção Hélio Pereira da Silva, com quem teve seus quatro filhos: Lúcia Aparecida, que também trabalha na UFMG, Hélio Vagner, Wellington e Wesley Flávio. Ela deixou oito netos e duas bisnetas.

[Notícia atualizada no dia 12/9, às 11h, com informações sobre as mudanças no horário do velório e do local do sepultamento]