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Morre Vera Lúcia Andrade, professora da Fale durante 25 anos

Especialista na obra de Murilo Rubião e Clarice Lispector, ela teve papel importante na criação e consolidação do Acervo de Escritores Mineiros

Vera Lúcia Andrade recitava poemas em suas aulas
Vera Lúcia Andrade cantava e recitava poemas em suas aulas Arquivo pessoal / Facebook

A professora Vera Lúcia Andrade, da Faculdade de Letras, morreu nesta quarta-feira, dia 31 de março, aos 73 anos. De acordo com o jornal Estado de Minas, que conversou com uma irmã da professora, a causa do óbito foi a covid-19. Vera Lúcia será sepultada nesta quinta-feira, dia 1º de abril, no Cemitério Parque da Colina, em Belo Horizonte, em cerimônia para poucas pessoas em razão da pandemia.

Graduada em Letras na UFMG, em 1969, Vera Andrade era doutora pela Universidade de Paris III (Sorbonne-Nouvelle). Atuou durante 25 anos na UFMG como professora de Teoria da Literatura, na graduação, e de Teoria da Literatura, Literatura Brasileira e Literatura Comparada, no Programa de Pós-graduação em Estudos Literários da Faculdade de Letras, do qual foi coordenadora. Ela aposentou-se em 1995, permanecendo como pesquisadora do CNPq, com bolsa de produtividade em pesquisa. Em 2001, ingressou na Universidade do Vale do Rio Doce (Univale), onde foi professora, coordenadora do curso de Letras e diretora da Faculdade de Ciências, Educação e Letras. Também trabalhou no Instituto Superior de Ensino Anísio Teixeira/Fundação Helena Antipoff. Era pesquisadora na área de Teoria Literária, e seus principais temas de interesse eram a literatura fantástica, acervos literários e as obras de Murilo Rubião e Clarice Lispector.

Originalidade
Em nota publicada em suas redes sociais, o Acervo de Escritores Mineiros (AEM) lamentou a morte da professora, que desenvolveu “trabalho pioneiro e original dedicado à conceituação da pesquisa em arquivo e à obra de Murilo Rubião em particular”. A equipe do projeto destacou sua “atuação atenta e competente” na UFMG e em outras instituições e sua importante contribuição para a implementação e o desenvolvimento do AEM.

Também nas redes sociais, ex-alunos homenagearam a mestra. Em mensagem postada no perfil de Vera Andrade no Facebook, Maria de Lourdes Martins de Brito, que estudou Letras na Univale, lembra que a professora cantava e recitava poesias nas aulas de literatura: “Continuarei ouvindo a ‘Canção dos tamanquinhos’ [Cecília Meireles]. Toc... toc... toc... ligeirinhos... ligeirinhos...”