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Mulheres negras são as mais afetadas na produtividade acadêmica durante a pandemia

Professora Zélia Ludwig, da UFJF, falou sobre estudo ‘Produtividade acadêmica durante a pandemia: efeitos de gênero, raça e parentalidade’, em entrevista à UFMG Educativa

No Brasil, mulheres negras representam 3% dos docentes que orientam na pós-graduação
No Brasil, mulheres negras representam 3% dos docentes que orientam na pós-graduação Foto: Marcelo Camargo / Agencia Brasil / CC BY-NC 2.0

As mulheres negras, com ou sem filhos, são o grupo que apresenta a maior queda na produtividade acadêmica durante a pandemia do novo coronavírus no Brasil, segundo estudo publicado recentemente pelo movimento Parent In Science. A fim de entender como a pandemia tem afetado as atividade dos pesquisadores e pesquisadoras brasileiros, o Parent In Science, desenvolveu o estudo Produtividade acadêmica durante a pandemia: efeitos de gênero, raça e parentalidade.

Os dados foram analisados pela professora Zélia Ludwig, do Departamento de Física da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), coordenadora do Centro de Pesquisa, Ensino e Inovação em Materiais (Cepem) da UFJF, em entrevista ao programa Conexões, da Rádio UFMG Educativa, nesta sexta-feira, 24, véspera do Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha e do Dia Nacional de Teresa de Benguela, líder quilombola do século 18 que lutou contra a escravidão da comunidade negra e indígena.

“As mulheres são sempre as mais prejudicadas, especialmente as mulheres negras. A mulher negra, com ou sem filho, sente um impacto ainda maior em sua produtividade acadêmica. A pandemia só escancarou mais os efeitos da desigualdade nas mulheres negras. Não só sobre as mulheres negras na academia, mas na sociedade, de forma geral”, avaliou.

Segundo a professora Zélia Ludwig, mulheres negras representam “apenas 3% dos docentes que orientam na pós-graduação e 7% das pessoas com bolsa de produtividade”, conquistada com o avanço na carreira acadêmica. “Esses números refletem o baixo número de mulheres negras na pesquisa e na ciência, que tem raiz histórica no racismo estrutural”, afirmou

Ouça a conversa com Luíza Glória

Produção de Arthur Bugre