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'Newsletter' aborda impactos da Covid-19 na segurança pública

Boletim produzido pelo Crisp é veiculado semanalmente

Publicações buscam possíveis passos a serem percorridos no cenário atual
Capa de uma edição da newsletter, que é atualizada sempre às quartas-feiras
Reprodução | Newsletter

Pesquisadores do Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública (Crisp) da UFMG vêm produzindo, semanalmente, uma newsletter sobre os impactos da Covid-19 na segurança pública. O boletim é veiculado no Facebook e no site do Centro, sempre às quartas-feiras, com a intenção de prover informações e reflexões sobre o tema.

Dividida em três seções, a newsletter apresenta um artigo publicado pelo grupo recentemente, outro escrito em anos anteriores relacionado a uma temática de fundo e uma publicação de pesquisadores que não estão vinculados à UFMG. Os temas mais recorrentes são a qualidade dos dados de mortalidade, a violência doméstica, a morte e o afastamento de profissionais da segurança pública e o medo da doença e do crime em meio à pandemia.

“É muito importante que as pessoas façam as melhores escolhas em relação à prevenção da Covid-19. A Universidade cumpre o papel essencial de mostrar a gravidade do cenário e desconstruir narrativas que diminuam o impacto da pandemia, além de transmitir informações qualificadas para o governo tomar a melhor decisão possível", afirma a professora Ludmila Ribeiro, uma das editoras da newsletter.

Violência doméstica
Segundo pesquisa realizada pelo próprio Crisp, em que Ludmila participa ao lado de Bráulio Alves da Silva, ambos professores do Departamento de Sociologia, 6,7% das pessoas entrevistadas disseram que foram vítimas, pela primeira vez, em seus lares, de xingamentos, insultos, empurrões, agarrões, espancamento e ameaças com arma. O estudo foi realizado em parceira com o Instituto Olhar e com a NetQuest.

Segundo estudo, violência doméstica atinge 6,7% da população
Segundo estudo, violência doméstica atinge 6,7% da população durante a pandemiaMarcos Santos | Agência Brasil

Artigos de outros pesquisadores são reproduzidos de veículos digitais, como o Nexo e o Jota, que mesclam conteúdo acadêmico e notícias diárias. A produção é feita apenas por mulheres, todas vinculadas ao Crisp. As responsáveis são as professoras Ludmila Ribeiro e Valéria Oliveira, as residentes de pós-doutorado Thais Lemos Duarte e Luana Hordones Chaves, as doutorandas Natália Martino, Ariane Lopes e Isabela Araújo e a pesquisadora Lívia Lages.

O Grupo também disponibiliza a newsletter por e-mail. Os interessados devem enviar uma mensagem para daniele@crisp.ufmg.br.

Termômetro da crise
Foi lançada, no site do Crisp, uma aba específica para a publicação das iniciativas do grupo – além da newsletter, a coluna Por elas: pandemia e segurança aborda os desafios dos sistemas de justiça e direitos. A pesquisa O termômetro da crise: Covid-19, por sua vez, disponibiliza resultados que revelam como a população da Região Metropolitana de Belo Horizonte e a do Brasil têm-se adaptado à rotina de isolamento social.

Em reportagem publicada recentemente no Portal UFMG, pesquisadoras do Centro abordam as pressões que a Covid-19 exerce sobre o já caótico sistema prisional brasileiro.

Vinculado ao Departamento de Sociologia e Antropologia da UFMG, o Crisp é herdeiro da tradição de estudos sobre violência e criminalidade iniciados pelo professor Antônio Luiz Paixão. O Centro é formado por pesquisadores de diferentes áreas e produz conhecimento acadêmico sobre os problemas da violência e da criminalidade. além de auxiliar na formulação, implementação e avaliação de políticas de segurança pública em Minas Gerais e no Brasil.

Samuel Resende