Arte e Cultura

Astrônomo e astrólogo revelam olhares distintos sobre o universo

Relação entre física e informação também é destacada em palestra do Festival de Verão

Domingos Sávio abordou as divergências entre as correntes da cosmologia
Domingos Sávio abordou as divergências entre as correntes da cosmologia Foca Lisboa / UFMG

Na manhã dessa quarta-feira, dia 7, o universo e a relação entre homem e espaço foram temas tratados nas palestras que integraram a programação do Festival de Verão da UFMG.

O professor e astrônomo aposentado do Departamento de Física da UFMG, Domingos Sávio de Lima Soares, falou sobre os estudos da cosmologia na palestra Cosmologia moderna: aspectos controversos. Com base no trabalho dos cientistas Albert Einstein e Edwin Hubble, ele discorreu sobre teses relacionadas à expansão do universo, destacando que uma das divergências entre os pesquisadores do campo refere-se à sua idade.

“Os especialistas do campo possuem posições divergentes sobre a cosmologia, ciência que estuda a origem do universo, sua estrutura, composição e evolução. Se o universo está em expansão e possui uma idade, é preciso relacionar as teorias para se chegar a novos conhecimentos sobre esse assunto”, afirmou.

Pádua: conhecimento matemático influencia na transmissão da informação
Pádua: conhecimento matemático influencia na transmissão da informação Foca Lisboa / UFMG

Qualidade da informação
Na palestra Física e o universo da informação, ministrada pelo professor Sebastião de Pádua, da UFMG, foi discutido o modo como a informação é definida e codificada em sistemas macroscópicos clássicos. O professor destacou que a física está diretamente relacionada ao universo informativo. “Informação é algo que muda a vida de quem a recebe. Dessa forma, para entendermos como se dá a transmissão de conhecimento, é importante estudarmos a informação de forma matemática”, recomendou.

Pádua explicou a Teoria da informação de Shannon, que considera a comunicação como um problema matemático baseado em estatística. Por meio de cálculos matemáticos, seria possível determinar a capacidade de um canal de comunicação, visando à melhoria da eficiência na transmissão da informação. “Essa teoria mostrou que a informação pode ser compartilhada de forma binária, favorecendo, por exemplo, a transmissão via satélite. Daí a importância de se medir a quantidade de informação matematicamente."

Homem como extensão do universo
O astrólogo Carlos Fini discutiu, do ponto de vista da astrologia, a ordenação de saberes em busca do entendimento da relação do homem com o universo e a vida. Na palestra Antropocosmos, Fini afirmou que existem vários modelos teóricos para se entender a cosmologia, porém todas as teorias convergem no entendimento de que a existência humana e a vida na Terra emergem do universo.  

“A vida surgiu por meio das estrelas, e o homem veio de uma mutação do universo. Para compreender o aparecimento da espécie humana, é necessário entender o surgimento do universo, pois nós somos a sua extensão”, disse.

Fini também destacou a importância do sistema do zodíaco como ferramenta para a sistematização dos ciclos que interferem na vida das pessoas. “Desde a antiguidade, os ciclos serviam como modo de organização social. As pessoas usavam os ciclos da lua e do sol para organizar a colheita e o sistema produtivo. Eles calculavam as posições dos astros para entender o comportamento do clima e das colheitas”, contou.

Segundo o astrônomo, o desenvolvimento desses sistemas de observação mostrou que o céu é capaz de descrever o comportamento das pessoas e da sociedade. “A astrologia se baseia em mecanismos de repetição cósmica, daí a necessidade de que a matemática, a física e a astrologia sejam estudadas juntas".

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Carlos Fini: existência humana e a vida na Terra emergem do universoFoca Lisboa / UFMG

 

programação do Festival de Verão segue até a quinta-feira, dia 8. Atualizações sobre o evento estão disponíveis no Facebook, no Twitter e no Instagram.