Arte e Cultura

Patrimônio imaterial é tema de jornada no Festival de Inverno

Recital no Conservatório UFMG reunirá mestre da viola caipira e pesquisador das tradições musicais de Minas Gerais

O terreiro de candomblé Ilê Wopo Olojukan, fundado em 1964, é tombado como patrimônio cultural de Belo Horizonte
O terreiro Ilê Wopo Olojukan, fundado em 1964, é tombado como patrimônio cultural de Belo Horizonte Facebook Terreiro Ilê Wopo Olojukan

Uma das atrações de hoje da 51ª edição do Festival de Inverno da UFMG é a 1ª Jornada de Estudos sobre o Patrimônio Cultural Imaterial. Pesquisadores, gestores e representantes de comunidades cujos saberes e práticas foram patrimonializados vão participar, a partir das 8h, no Conservatório UFMG, de duas rodas de conversa sobre o patrimônio imaterial. Instituída recentemente, a modalidade se caracteriza pelo protagonismo dos atores dos saberes e práticas vinculadas à cultura popular e ao conhecimento tradicional.

A primeira mesa vai tratar dos sentidos locais da patrimonialização, ou seja, como as comunidades lidam com a nova simbologia, o que mudou para elas e qual é a pauta de reivindicações. A conversa vai reunir, entre outros, representantes da Comunidade dos Arturos, do Reinado do Jatobá e do terreiro Ilê Wopo Olojukan. No segundo encontro, gestores do patrimônio histórico e artístico, estudiosos do tema e representantes de comunidades vão debater os desafios relacionados à patrimonialização. 

No período da tarde, a partir das 13h30, o Centro Cultural UFMG abriga a roda de conversa Territórios populares do centro expandido de Belo Horizonte: contranarrativas em cena, na qual serão discutidos os resultados da pesquisa Territórios Populares, desenvolvida pela equipe do grupo Indisciplinar da UFMG. O processo de investigação será apresentado por meio de quatro vídeos compostos de narrativas tangentes e divergentes de quatro mulheres que moram e/ou trabalham no centro expandido de Belo Horizonte.

De acordo com o grupo, o objetivo geral é aprofundar a compreensão das formas de desigualdade socioterritorial, engendradas por processos de reestruturação espaciais associados aos interesses do capital, que, na maioria dos casos, provocam a expulsão da população pobre, alterando seu modo de vida e suas formas de sobrevivência. O recorte territorial da pesquisa é a área central de Belo Horizonte, definida em função dos vários conflitos ali identificados, atravessados quase sempre por questões de classe, raça e gênero.

Polímatas
A exposição Polímatas, que reúne trabalhos de 46 artistas no campus Pampulha, será alvo de uma visita guiada nesta terça-feira, às 14h30. A proposta da mostra é refletir sobre as fronteiras do conhecimento e a interseção de diferentes mídias, artes, tecnologias e linguagens. Assista ao vídeo sobre a exposição produzido pela TV UFMG:

O documentário O céu como patrimônio volta a ser exibido nesta terça-feira, às 16h, no Espaço do Conhecimento UFMG. A sessão convida o espectador a repensar a relação com o firmamento, que é fonte de inspiração para a criação de narrativas, para o conhecimento científico e para outras formas de saber.

Às 17h, será lançado, no Conservatório UFMG, o livro Enlaces: estudos de folclores e culturas populares, organizado por Maria Laura Viveiros de Castro Cavalcanti e Joana Corrêa. A coletânea de artigos lança nova visão sobre a produção contemporânea das culturas populares brasileiras, superando a dicotomia que por tanto tempo apartou as ciências sociais dos estudos de folclore.

A partir das 18h, um recital de viola encerra, no Conservatório UFMG, a programação do dia. O mestre Domingos Corrêa e sua viola caipira dialogam com o trabalho e as pesquisas do músico mineiro Joaci Ornelas. O espetáculo marca o encontro entre um representante de tradições culturais do São Francisco e um músico violeiro e pesquisador de expressões identitárias de comunidades rurais do estado.

Tipografia
A oficina Introdução à impressão tipográfica será realizada ao longo desta terça-feira. Ministrada pelo coletivo 62 Pontos, a atividade vai apresentar a tipografia e seus processos, aproveitando os materiais existentes no Centro Cultural UFMG. Em uma abordagem contemporânea, serão apresentadas aos participantes a linguagem e a técnica dos tipos móveis. Para isso, será criada uma pasta coletiva com as composições tipográficas realizadas durante a oficina. Outra sessão será ministrada na quinta-feira, dia 18.