Saúde

Pesquisa relaciona ambiente alimentar nas escolas e consumo de bebidas açucaradas

Trabalho utilizou dados do estudo multicêntrico ERICA

A dissertação de mestrado Consumo de bebidas açucaradas: associação com as características do ambiente alimentar escolar e padrões de comportamento de saúde, de autoria de Luana Lara, foi defendida no final de 2020 no Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde da Faculdade de Medicina. O objetivo foi avaliar a associação dos padrões de comportamento em saúde dos adolescentes brasileiros à oferta de bebidas açucaradas (como sucos artificiais e refrigerantes) no ambiente alimentar escolar. 

Para a realização da pesquisa, foram utilizados dados do Estudo de Risco Cardiovascular entre Adolescentes (Erica), de caráter multicêntrico, realizado em 2013 e 2014 com adolescentes de 12 a 17 anos de escolas públicas e privadas do país. A partir desses dados, a pesquisa realizou uma avaliação de componentes principais para encontrar padrões de comportamento em saúde entre os adolescentes da amostra. Depois da caracterização dos padrões, foi feita uma análise de regressão para examinar as associações entre o consumo de bebidas açucaradas e os padrões encontrados, além das características das escolas. 

Padrões
Foram encontrados três padrões de comportamento em saúde. O primeiro padrão foi caracterizado pelo maior consumo de alimentos minimamente processados, pelo maior consumo de água e pela prática de atividades físicas. O segundo padrão foi caracterizado por maior consumo de bebidas alcoólicas e pelo hábito de fumar, e o terceiro, pelo maior consumo de alimentos ultraprocessados e pelo maior tempo diante das telas (igual ou superior a duas horas de uso de celulares, computador, televisão e videogame). 

Na análise dos resultados, a pesquisa identificou que os adolescentes do primeiro padrão tiveram chances reduzidas de consumir bebidas açucaradas, enquanto os do segundo e terceiro padrões têm maior tendência ao consumo de refrigerantes e sucos artificiais. 

A pesquisa identificou também que hábitos não saudáveis adquiridos durante a adolescência (ingestão de bebidas alcoólicas e alimentos ultraprocessados, tabagismo e comportamento sedentário) podem interferir na saúde até a vida adulta, levando à obesidade e ao desenvolvimento de doenças crônicas.

Equipe: Daniel Mendes (produção), Otávio Zonatto (edição de imagens) e Renata Valentim (edição de conteúdo)