Pesquisa e Inovação

Pesquisa reúne histórias de escravos degredados pelo Tribunal da Inquisição

Negros que praticavam rituais religiosos de matriz africana eram enviados para lugares isolados ou condenados a trabalhos forçados

Escravos condenados às galés retratados pelo tenente e pintor Henry Chamberlain
Escravos condenados às galés retratados pelo tenente e pintor Henry Chamberlain Imagem extraída do livro 'Vistas e costumes da cidade e arredores do Rio de Janeiro em 1819-1820'

O tribunal da Inquisição surgiu na Idade Média para combater a propagação do culto a seitas religiosas na Europa. A partir do século 16, em Portugal, o regime forçou judeus e muçulmanos a se converterem ao catolicismo – prendendo, torturando ou exilando os considerados hereges, segundo julgamento da Igreja Católica. 

“O que poucos sabem é que a Inquisição mantinha ‘fiscais’ nas colônias, responsáveis por denunciar ao Tribunal do Santo Ofício a prática de rituais religiosos e de mediação com o sobrenatural, como os de matriz africana, professados por negros escravizados ou alforriados”, afirma a historiadora Thaís Tanure de Oliveira Costa, que rastreou a trajetória de negros degredados das colônias portuguesas. O destino dos condenados eram regiões fronteiriças de Portugal ou o trabalho forçado nas galés – barcos a remo usados na defesa do território.

O  trabalho de Thaís, que resultou em dissertação defendida no Programa de Pós-graduação em História da Fafich, é abordado em reportagem publicada na edição 2.049 do Boletim UFMG