Saúde

Pesquisa vai testar efeitos da terapia indireta na comunicação com autistas

Novo grupo de familiares e cuidadores de crianças com suspeita ou diagnóstico confirmado está sendo recrutado para participar do estudo da UFMG e receber orientações

Fita-símbolo das campanhas de conscientização sobre o autismo
Fita-símbolo das campanhas de conscientização sobre o autismo Francisco Paiva Júnior | Wikipedia | Domínio Público

Estudo desenvolvido no Departamento de Fonoaudiologia da Faculdade de Medicina com o objetivo de avaliar os efeitos da terapia indireta (baseada em orientações aos familiares e cuidadores) na comunicação de crianças com suspeita ou diagnóstico de autismo está recrutando voluntários. Os participantes devem ser familiares e cuidadores de crianças com idade de dois a nove anos.

A pesquisa, on-line, é desenvolvida pela estudante Leonara Honório Silva, sob a orientação da professora Denise Brandão de Oliveira. As inscrições estão abertas até 22 de agosto. 

Os interessados devem entrar em contato pelo e-mail fonoleonarahonorio@gmail.com, por meio da conta da estudante no Instagram ou do whatsapp (37-98807-7056).

Experiência bem-sucedida
O estudo já foi realizado com uma turma. A primeira fase consiste na aplicação de questionários sobre a comunicação, história clínica da criança e sobrecarga do cuidador. Posteriormente, os participantes recebem instruções da pesquisadora e da professora sobre como promover um ambiente linguístico favorável para o desenvolvimento infantil.

Segundo Leonara Silva, o comportamento das famílias é avaliado antes e depois de repassadas as orientações. Os encontros, mensais, ocorrem em um período de cinco meses, no mínimo. Esse tempo é considerado necessário para a consolidação de estratégias capazes de modificar o comportamento dos envolvidos.

A pesquisadora ressalta que as crianças mais novas têm mais facilidade de aprendizagem. Assim, quanto mais precoces forem os estímulos, melhor e mais rápido será o progresso da criança na comunicação.

"Os encontros possibilitaram o compartilhamento de informações e de vivências. Os pais se sentiram acolhidos e à vontade para relatar o que passavam. Eles adquiriram habilidade para identificar sinais sutis, principalmente da comunicação não verbal de seus filhos, e construíram estratégias de ampliação das possibilidades comunicativas dessas crianças", acrescenta Leonara.

A UFMG e o autismo
A UFMG tem tradição no desenvolvimento de ações de extensão e pesquisa no campo do Transtorno do Espectro Autista, por meio do Programa de Atenção Interdisciplinar ao Autismo (Praia) e do Laboratório de Estudo e Extensão em Autismo e Desenvolvimento da UFMG (Lead).