Pesquisa e Inovação

Pesquisadores analisam desdobramentos das jornadas de 2013

Fenômeno será discutido em perspectiva com outros movimentos, como as lutas feministas, o avanço do conservadorismo, as ocupações estudantis e a greve dos caminhoneiros

Manifestantes no Congresso Nacional em protesto no dia no dia 17 de junho de 2013
Protesto diante do Congresso Nacional, em 17 de junho de 2013 Valter Campanato/Agência Brasi/Wikimedia Commons/CC BY 3.0 br

Há cinco anos, o Brasil sediava a Copa das Confederações e, ao mesmo tempo, milhares de pessoas ocuparam as ruas de várias cidades brasileiras para protestar. Os complexos desdobramentos desses acontecimentos que marcaram a vida política recente do país serão discutidos nesta sexta feira, 15 de junho, na mesa Junho de 2013 + 5.

O debate, organizado pelos pesquisadores do Margem –Grupo de Pesquisa em Democracia e Justiça, ocorre no âmbito do projeto de pesquisa interinstitucional Transformações do ativismo no Brasil: junho de 2013 em perspectiva comparada, financiado pela Capes. A iniciativa reúne pesquisadores da UFMG, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) e das federais de Pelotas (UFPel), do Espiríto Santo (Ufes), de Goiás (UFG) e do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Segundo o professor Ricardo Fabrino Mendonça, do Departamento de Ciência Política da UFMG e um dos participantes da mesa, Junho de 2013 é um evento emblemático da vida política recente do país. "Muitas vezes tratado de forma simplista, insere-se na abertura de um ciclo de protestos no Brasil e atravessa muitos dos conflitos que o sucedem. É um ponto de inflexão que nos obriga a repensar o Brasil contemporâneo, descortinando horizontes de possibilidade futura para o país. Quando digo novos horizontes de possibilidade, não quero dizer, necessariamente, algo positivo. A abertura é ambivalente e aponta para várias direções", afirma.

Também participarão do debate Breno Bringel (Iesp/Uerj), Marcelo Kunrath Silva (UFRGS), Rosangela Schulz (Ufpel) e Francisco Tavares (UFG), todos envolvidos na reflexão sobre as Jornadas de 2013. “Trata-se de nomes consolidados na pesquisa sobre lutas sociais no país. Cada um ao seu modo tem importantes contribuições nesse campo de estudo. São algumas das principais referências na análise do confronto político no Brasil”, informa Ricardo Fabrino.

Segundo o professor, Junho de 2013 foi um fenômeno social de profundas consequências na história política brasileira, e a mesa discutirá desde questões como os repertórios de confronto político em voga e os sentidos das jornadas até desdobramentos mais específicos, como as lutas feministas, o avanço do conservadorismo, as ocupações estudantis e a greve dos caminhoneiros. “Não podemos afirmar que esses fenômenos sejam necessariamente efeitos de Junho de 2013. A ideia é pensá-los também à luz de Junho de 2013”, complementa Fabrino.

As inscrições são gratuitas, e os interessados devem preencher um formulário. O evento começa às 14h, no Auditório Baesse, no quarto andar da Fafich, campus Pampulha. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (31) 3409 5196.

Crise política e futuro da democracia
A mesa Junho de 2013 + 5 compõe a programação do ciclo de debates A crise política e o futuro da democracia no Brasil, organizado pelo Departamento de Ciência Política (DCP). A série é composta de um conjunto de mesas temáticas que reúnem professores da UFMG e convidados. Os debates são abertos à comunidade acadêmica e ao público em geral.

O Ciclo é organizado pelo Observatório da Justiça no Brasil e América Latina, pelo Centro de Estudos Republicanos Brasileiros e pelo Projeto Democracia Participativa. Outros grupos de pesquisa da UFMG também dão suporte à iniciativa: Margem, Centro de Estudos Legislativos, Núcleo de Estudos e Pesquisa sobre a Mulher e Centro de Pesquisas em Política e Internet.

Cláudia Amorim