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Por que Bolsonaro troca tanto a presidência da Petrobrás?

Professor de Economia da USP analisa as ações do governo federal para conter a alta do preço dos combustíveis

Em ano eleitoral, governo tenta conter a alta dos combustíveis
Em ano eleitoral, governo tenta conter a alta dos combustíveis Foto: Pedro França/Agência Senado

A alta dos preços de vários produtos e serviços tem complicado a vida dos brasileiros nos últimos meses. E um dos fatores que eleva os valores de maneira generalizada é o preço dos combustíveis. Eles dispararam em 2022, atingindo valores que pouca gente esperava quando Jair Bolsonaro foi eleito presidente. Diversas razões explicam gasolina, etanol e diesel tão caros, passando pelo preço do petróleo no mercado internacional e a guerra na Ucrânia. Em ano eleitoral, o desagrado do consumidor tem trazido problemas para o presidente, que costuma atribuir a culpa pelos aumentos à Petrobrás e aos governadores estaduais. No âmbito da empresa estatal, a gestão já foi trocada diversas vezes durante o mandato do ex-capitão. O economista Roberto Castello Branco assumiu o cargo em janeiro de 2019 e foi demitido em fevereiro do ano passado pela insatisfação do chefe do executivo com os preços dos combustíveis. O general Joaquim Silva e Luna foi o novo escolhido para o posto, no qual ficou até abril deste ano, saindo pelo mesmo motivo do antecessor. O terceiro presidente da Petrobrás no governo foi José Mauro Coelho, retirado do comando nessa segunda-feira, ficando apenas 40 dias no cargo. O nome indicado por Bolsonaro foi Caio Paes de Andrade, ex-secretário de Desburocratização do Ministério da Economia. Foi noticiado que o presidente Bolsonaro avisou ao ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, há menos de um mês no cargo, que, se os preços não baixarem, ele está disposto a trocar de novo o comando do Ministério e o recém-empossado presidente da Petrobrás. Em meio a essa crise, a Câmara dos Deputados aprovou nessa quarta-feira um projeto que limita a cobrança de ICMS, Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, nos combustíveis à alíquota de 17%, sob a justificativa de que isso ajudaria na redução dos preços nas bombas. Os estados argumentam que terão uma perda de receita muito grande, precarizando os serviços. A proposta segue para o Senado. 

Para entender todo esse cenário, a política dos preços dos combustíveis no Brasil e as razões por trás de tantas trocas na  gestão da estatal, o programa Conexões conversou com Paulo Feldmann, professor de Economia da Universidade de São Paulo (USP). 

Ouça a conversa com a jornalista Luiza Glória

Produção: Alícia Coura e Nicolle Teixeira, sob orientação de Alessandra Dantas e Luiza Glória