Institucional

PRA comanda operação logística de entrega de produtos e materiais para instituições de saúde

Pró-reitoria de Administração é responsável pela aquisição e recebimento de álcool, máscaras e luvas usados nas ações contra a Covid-19

Álcool gel
Álcool em gel é processado pela Faculdade de Farmácia e distribuído aos hospitais pela equipe da PRARavik Gomes / UFMG

Durante a crise de saúde pública causada pela pandemia do novo coronavírus, a Pró-reitoria de Administração (PRA) tem sido responsável por levar, aos hospitais administrados pela UFMG e outras instituições, materiais de higiene ou de manejo clínico comprados pela universidade ou recebidos em forma de doações.

Como relata o pró-reitor Ricardo Hallal Fakury, no contexto de combate à Covid-19, a PRA viabilizou a compra de máscaras faciais para todos os funcionários que se mantiveram em atividades presenciais. “Recebemos três mil litros de álcool líquido da BR Distribuidora e organizamos o recebimento e a guarda desse produto até que ele fosse usado para fabricação de álcool em gel pela Faculdade de Farmácia”, relata.

O pró-reitor também enumerou algumas das principais demandas já atendidas pela Divisão de Transportes da PRA. Segundo ele, no dia 16 de abril, o setor encaminhou toucas e botas ao Hospital Risoleta Neves, recolhidas na Escola Municipal Vereador Antônio Menezes, do bairro Letícia. Quatro dias depois, buscou 300 litros de desinfetante e 324 litros de álcool líquido, além de 120 litros de álcool em gel, em uma fábrica no município de São José da Lapa, e os entregou na UPA Centro-sul.

Em 6 de maio, outros 40 litros de álcool em gel, mais 1,2 mil máscaras e duas mil luvas cirúrgicas, recolhidas pelo Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário, foram entregues no Hospital Risoleta Neves. No último dia 8, a mesma instituição recebeu 120 litros de álcool em gel, mais 108 litros de álcool líquido e 240 litros de desinfetante, obtidos também em São José da Lapa.

Luvas e máscaras também foram buscadas no bairro Eldorado, em Contagem, e macas, no Condomínio Vila Del Rey, em Nova Lima, no dia 27 de março. Esses produtos foram entregues no Hospital das Clínicas da UFMG.

Além dessas operações logísticas na Região Metropolitana de Belo Horizonte, que são mais comuns, houve também, ao longo dos dois últimos meses, demandas por viagens interestaduais. “Encarregados da Divisão de Transportes foram às cidades de São Paulo e São Carlos, nos dias 7 de abril e 21 de maio, respectivamente, para a busca de insumos doados para fabricação de máscaras faciais de acrílico”, relatou o professor.

Vista aérea do campus Pampulha:
Vista aérea do campus Pampulha: serviços de manutenção são classificados como essenciaisTV UFMG / Reprodução

Home office
Durante esse período, a PRA reestruturou seus procedimentos de rotinas e estabeleceu regime de home office para todas as tarefas passíveis de serem realizadas remotamente. O rodízio de trabalhadores também foi adotado sempre que possível, já que a demanda de serviços na UFMG tem sido menor. Foram mantidos os serviços e atividades essenciais, como segurança, limpeza e conservação, manutenção em geral, incluindo áreas verdes, saúde humana ou animal, apoio à fiscalização e outras a critério do dirigente da Unidade ou chefia do órgão.

De acordo com Ricardo Fakury, os profissionais pertencentes ao grupo de risco (idosos e portadores de doenças crônicas como diabetes, hipertensão e asma) que exercem atividades necessariamente presenciais, como faxineiros, porteiros e vigilantes, foram dispensados dos serviços. “Ao fim, cerca de 65% do quadro de pessoal continuou, por absoluta necessidade do serviço, a trabalhar presencialmente, mesmo que em escala de revezamento para reduzir a intensidade de deslocamento e a proximidade entre as pessoas”, contabiliza. A PRA é responsável pela gestão do trabalho de 1.868 profissionais na UFMG, dos quais quase 90% são funcionários de empresas terceirizadas.

O pró-reitor pondera que, apesar da redução da força de trabalho, a PRA tem procurado cumprir os prazos estabelecidos pela legislação ou por órgãos externos, como as renovações de contrato, licitações e compras, e mantido, nas melhores condições, os serviços de manutenção, limpeza e segurança.

“Muitas atividades rotineiras da PRA não podem sofrer atrasos e demandam tempo para serem executadas. Para renovar o contrato de uma categoria de profissionais terceirizados, leva-se mais de seis meses, considerando todo o processo legal. Se atrasarmos, a Universidade pode ficar por certo tempo sem algum tipo de serviço”, argumenta. A licitação para uma obra, completa Ricardo Fakury, é processo que demora mais de dez meses. “Qualquer atraso seria caótico, sujeitando a universidade, inclusive, à perda de verbas”, justifica.

Fakury:
Fakury: prazos cumpridos apesar da redução da força de trabalhoFoca Lisboa / UFMG

Em sua avaliação, a readequação dos procedimentos, sem perda de qualidade e agilidade, não tem sido uma tarefa fácil, uma vez que a adaptação teve de ser muito rápida, e não há experiências pregressas similares. “Inicialmente, identificamos quais profissionais deveriam ser afastados por pertencerem ao grupo de risco, quais poderiam continuar a exercer suas atividades remotamente, quais deveriam passar a trabalhar em regime de turnos alternados e quais deveriam continuar a exercer suas atividades da forma usual”, relembra o pró-reitor.

Com a força de trabalho reestruturada em cada ramo de atividade e levando em conta a suspensão das aulas e a menor frequência de pessoas às unidades e órgãos, foi estabelecida, de acordo com o pró-reitor, uma nova rotina de trabalho, com redefinição da frequência das atividades e das prioridades, previsão para atendimento das novas demandas decorrentes da pandemia de Covid-19 e programação de reuniões e comunicações por telefone e aplicativos da internet.

“Os desafios e as dificuldades persistem, pois todo o pessoal está tendo que aprender a manter a produtividade nessa nova modalidade de trabalho, convivendo com sucessos e fracassos e tendo que realizar ajustes constantes nos procedimentos. A principal lição é a conscientização de que é possível realizar muitas atividades, sem perda de produtividade, no sistema de home office”, avalia Ricardo Fakury.

[Esta é a sétima matéria da série sobre as ações desenvolvidas por pró-reitorias e diretorias em meio à suspensão das atividades presenciais provocada pela pandemia do coronavírus. Nos próximos dias, serão focalizadas a pró-reitoria de Recursos Humanos, a Coordenadoria de Transferência e Inovação Tecnológica e as diretorias de Ação Cultural e de Relações Internacionais. Já foram publicados relatos sobre as atividades das pró-reitorias de PesquisaPós-graduaçãoExtensãoAssuntos EstudantisGraduação e Planejamento.]

Matheus Espíndola