Arte e Cultura

Professor da UFRGS aborda a metamorfose do romance de violência nas Américas

José Vicente Tavares vai analisar evolução do gênero a partir do início do século 20

Arthur Conan Doyle, mundialmente famoso por obras sobre o detetive Sherlock Holmes
 Conan Doyle, criador de Sherlock Holmes Walter Benington / Domínio Público

O romance da violência na América Latina é tema de mais um Encontro Transdisciplinar, que será realizado nesta quarta, dia 12, a partir das 15h, no Auditório Professor Baesse, da Fafich, no campus Pampulha. Na abertura do evento, o professor José Vicente Tavares dos Santos, diretor do Instituto Latinoamericano de Estudos Avançados (ILEA), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, falará sobre as metamorfoses do romance policial.

Tavares dos Santos vai discorrer sobre as figurações da violência na modernidade tardia, com base em uma sociologia do romance policial. Ele mostrará diversas abordagens do gênero e algumas narrativas, na América Latina, no contexto da chamada Era da Mundialização das Conflitualidades, que marca o fim da ordem global bipolar, na qual as sociedades experimentam o surgimento de novos tipos de violências e conflitos.

Após a palestra, serão realizados debates com os professores Rômulo Monte Alto e Georg Otte, da Faculdade de Letras. As inscrições para o evento devem ser feitas mediante preenchimento de formulário eletrônico. Serão emitidos certificados de participação.

Poe, Doyle e os brasileiros
Com base na sociologia da violência, serão abordadas obras de Edgar Allan Poe, autor que dá origem ao gênero romance policial, e do britânico Arthur Conan Doyle, mundialmente famoso por romances protagonizados pelo detetive Sherlock Holmes, cujos temas recorrentes eram o dinheiro, o poder, o sexo e a distinção social.

Nas primeiras décadas do século 20, aparece o hard boiled (subgênero com grandes cargas de violência e erotismo) de Hammett, Chandler, James Cain e Patrícia Highsmith. “Ao mesmo tempo, o romance da injustiça ou da opacidade de Kafka prefigura os totalitarismos do século 20. Desde a primeira crise da modernidade, encontramos na obra de Kafka a expressão das metamorfoses da injustiça e do poder disciplinar e burocrático na sociedade contemporânea", destaca José Vicente Tavares. 

No âmbito da literatura brasileira, sua apresentação vai tratar de autores como Euclides da Cunha, Rubem Fonseca, Garcia-Roza, Tony Belloto e Patrícia Mello.