Extensão

Projeto de extensão oferece livros a pacientes e acompanhantes do campus Saúde

Biblioteca móvel atende também funcionários e transeuntes, nas tardes de terças e quintas

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Os livros abrangem crônicas, romances, poesia e literatura infantilRosânia Felipe / UFMG

Às terças e quintas-feiras, entre 14h e 16h, pacientes, acompanhantes, trabalhadores e transeuntes em geral do campus Saúde da UFMG têm acesso a uma biblioteca móvel com obras literárias para empréstimo. A ação de extensão faz parte do projeto Leitura é Saúde, coordenado pela professora Karla Rona da Silva, do curso de Gestão de Serviços de Saúde da Escola de Enfermagem da UFMG. Os objetivos são associar o prazer da leitura ao atendimento em saúde, difundir o processo de humanização no campus, proporcionar entretenimento e incentivar o hábito da leitura.

A biblioteca foi viabilizada com a doação de mais de mil exemplares em campanha realizada na Escola de Enfermagem, no início deste ano. Livros de crônicas, literatura brasileira, romances, literatura infantil, literatura formativa acadêmica e de ensino médio ficam disponíveis nas praças do campus e próximo aos ambulatórios, ao Hospital das Clínicas e ao estacionamento. 

De acordo com a professora Karla Rona, o projeto tem participação de alunos dos cursos de Enfermagem, Gestão de Serviços de Saúde, Nutrição e Medicina, que, além de realizar os empréstimos, cadastrar as pessoas em um banco de dados e combinar a data de devolução, apresentam aos interessados a sinopse dos livros. “Até o mês de novembro, cerca de 900 pessoas já foram acolhidas pelo projeto. A experiência tem sido muito gratificante e cria oportunidades de aprendizado mútuo. Os usuários têm relatado que mantêm a mente com leitura agradável, e isso contribui para que esqueçam um pouco dos problemas. Ouvir isso nos dá a certeza que o objetivo do projeto tem sido alcançado”, afirma a professora.

Avaliação contínua
A aluna do curso de Gestão de Serviços de Saúde Fernanda Gonçalves de Souza é voluntária no projeto e comenta que o público atendido é formado em sua maioria por mulheres. Ela explica que o projeto é avaliado continuamente pelos docentes, discentes e profissionais técnicos administrativos, e também pela comunidade participante, que é convidada a expressar opiniões e sentimentos sobre a iniciativa. “Fazemos reuniões com o objetivo de acompanhar o planejamento e desenvolvimento das atividades, o desempenho dos discentes e propiciar discussões teóricas sobre temas relacionados ao projeto, contribuindo para a formação acadêmica e cidadã”, acrescenta Fernanda.

Ainda de acordo com ela, os estudantes destacam que a participação na ação de extensão contribui para melhor percepção da importância da escuta qualificada, da empatia, do trabalho em equipe, da integração com a população, que são imprescindíveis para o seu futuro trabalho profissional. “Eles destacam ainda a importância de outros benefícios, como sentimentos de paz, conforto, serenidade e bem-estar relatados pelos leitores. Assim, entendemos que esse projeto tem o potencial de fortalecer a cultura da leitura e cumprir papel estratégico para melhor acolher e humanizar em saúde”, conclui a voluntária.

Maria da Conceição Fiúza, de 66 anos, mora em Belo Horizonte, é paciente do Hospital das Clínicas e pegou um livro que pretende ler com os netos para que, segundo ela, eles aprendam o que é poema. “Leitura e educação são os melhores caminhos. Me distraio, me desenvolvo e pratico a leitura, tirando um pouco da minha tensão nervosa”, ressaltou. 

Ilda Silva Marques, 59 anos, oriunda de Riacho Dantas, Bahia, estava no campus acompanhando a mãe, Madalena, que veio de Santana de Pirapama, Minas Gerais, fazer um exame. “Fiquei muito feliz em conhecer esse projeto maravilhoso. Neste momento em que ficamos aqui na espera, podemos praticar a leitura. Minha mãe tem 84 anos e adora ler, pegou livros para ela e para o neto. Vamos levar para nossa cidade e compartilhar com outras pessoas.”

Silvia Rosa de Almeida, 64, é servidora do Hospital das Clínicas e soube do projeto por meio de uma colega de trabalho, que já pegou diversos livros. “É uma ótima iniciativa. Pretendo vir sempre fazer empréstimos e ainda doar os que tenho em casa,” disse.

Rosânia Felipe / Assessoria de Comunicação da Escola de Enfermagem