Institucional

Ranking confirma importância da universidade pública na produção do conhecimento

UFMG registrou subida acentuada em levantamento realizado pelo Times Higher Education com instituições de países emergentes

Bandeira da UFMG hasteada nas imediações da Reitoria
Bandeira da UFMG hasteada nas imediações da Reitoria Foca Lisboa / UFMG

A UFMG ascendeu 23 posições em ranking de universidades de países emergentes e se posiciona entre as seis principais instituições de ensino superior do país, segundo a edição 2019 do Times Higher Education (THE) Emerging Economies University Rankings. A classificação, divulgada nesta terça-feira, 15, avaliou 442 universidades de 43 países classificados como “emergentes avançados”, “emergentes secundários” ou “de fronteira”.

O grupo das seis primeiras colocadas reúne a Universidade de São Paulo (USP), a Universidade de Campinas (Unicamp), a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a Universidade Federal do Rio Grande do Sul e a UFMG, que ficou na 127ª posição. “Levantamentos como esse demonstram a importância da universidade pública na produção de conhecimento e na representação do nosso país”, observa a reitora Sandra Regina Goulart Almeida.

A reitora destaca a necessidade do investimento contínuo e sustentável em educação, ciência e tecnologia, “para manter essa qualidade histórica das instituições públicas, que são um patrimônio da nação”. Segundo ela, eventuais quedas ou mudanças de posições nos rankings ocorrem naturalmente devido à alta competitividade, pois há mais instituições concorrendo, especialmente as chinesas. “O investimento é fundamental, pois é aqui, nas universidades públicas, que se faz pesquisa de ponta e educação de qualidade, cujo impacto na sociedade não é alcançado pelas medidas adotadas pelos rankings”, ressalta Sandra Almeida.

O Emerging Economies University Rankings considera os seguintes indicadores: Citações, Pesquisa – que mensura investimento em produção científica e produtividade –, Ensino e Internacionalização. Em mensagem à UFMG, a editora do THE, Ellie Bothwell, elogiou o desempenho da Universidade em um cenário em que 17 das 36 universidades brasileiras, incluindo as duas mais bem colocadas, caíram de posição. “A ascensão da UFMG demonstra ser muito consistente em cada critério analisado, pois melhorou sua performance nos indicadores Citações, Pesquisa e Internacionalização, na comparação com 2018, e manteve-se estável em Ensino. Isso indica um cenário promissor para os anos que se avizinham”, analisa a editora. 

Reputação e internacionalização
De acordo com o diretor de Relações Internacionais, Aziz Saliba, a classificação alcançada pela UFMG deve-se basicamente a dois fatores: reputação acadêmica e número de professores internacionais.

“Esse resultado mostra que houve uma evolução nos números da pesquisa da UFMG, ou seja, que ela está sendo mais reconhecida e mais citada. Com relação ao outro indicador, constatamos que a UFMG tem 156 professores internacionais, o que equivale a 4,3% do corpo docente”, comenta o diretor da DRI. Nesse total, não estão contabilizados docentes estrangeiros que atuam em cátedras bilaterais e como coorientadores em programas de cotutela.

Para Aziz Saliba, os rankings estabelecem condições de comparação da UFMG com outras instituições no Brasil e no exterior. “Eles são mais importantes para observarmos as informações que trazem do que propriamente as posições de cada instituição”, pondera ele, que destaca o esforço de internacionalização empreendido pela UFMG, materializado, por exemplo, em sua participação no Programa Institucional de Internacionalização (Print), da Capes.

O pró-reitor de pesquisa, Mario Montenegro Campos, considera positivo o fato de a UFMG ter alcançado uma boa posição, principalmente no número de citações. “Trata-se de uma métrica objetiva, baseada em critério quantitativo, que expressa a alta qualidade da produção da pesquisa realizada na UFMG. Outros parâmetros baseiam-se em avaliações de natureza tipicamente qualitativa, sendo, portanto, de caráter mais subjetivo”, avalia o professor.

Campos também destaca o esforço que a própria Universidade vem desenvolvendo para construir uma “visão mais clara e consistente de suas diversas dimensões”.  “Temos na PRPq uma equipe dedicada à coleta e análise de dados. Esse trabalho tem viabilizado não apenas a disponibilização de informações de melhor qualidade, mas também possibilita constatar que diversos indicadores em que a UFMG se destaca no cenário nacional e internacional ainda não estão sendo capturados adequadamente pelos rankings”, analisa o pró-reitor de Pesquisa.

Ana Rita Araújo