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​Retrospectiva 2017: relembre as mudanças no Enem e as discussões da Base Nacional

Com relação aos planos Nacional e Estadual de Educação, o ano foi de retrocessos nos investimentos e de pouco avanço nos índices que avaliam a qualidade de ensino

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Alfabetização esteve estagnada em 2017
Cecília Bastos | USP

Em 2017, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) mudou. Após uma consulta pública, ele passou a ser aplicado em dois domingos consecutivos em vez de um único fim de semana. Perdeu a função de certificação do ensino médio e de avaliação do ensino. Uma das poucas polêmicas da edição foi a suspensão judicial do critério que determinava que as avaliações que desrespeitassem os direitos humanos podiam ser zeradas. O tema da redação surpreendeu fazendo com que os candidatos tivessem que refletir sobre a inserção dos surdos na educação.

Além do Enem, as regras do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) foram atualizadas. Entre outras modificações, agora, os estudantes que aderirem ao programa deverão começar a pagar o financiamento assim que concluírem o curso.

Em um julgamento bastante criticado no meio educacional, em setembro, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que o ensino religioso nas escolas públicas pode seguir os ensinamentos de uma ou várias religiões específicas. Por outro lado, bastante elogiada foi a aprovação do uso do nome social nas escolas de educação básica pelo Conselho Nacional de Educação.

Com relação ao Plano Nacional de Educação, o ano foi de retrocessos nos investimentos e de pouco avanço nos índices que avaliam a qualidade de ensino. A alfabetização, por exemplo, ficou estagnada. Uma das metas cumpridas foi a homologação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que estabelece parâmetros para o que deve ser ensinado nas escolas de educação básica. Mas não houve unanimidade na aprovação da Base. Em Minas, mais uma vez a Assembleia fechou o ano sem aprovar o Plano Estadual de Educação.

Operações policiais em universidades também estiveram no centro do debate. Em dezembro, a UFMG teve dirigentes conduzidos coercitivamente pela Polícia Federal na operação que apura suposto desvio de recursos no Memorial da Anistia. A ação da PF gerou uma série de reações. Intelectuais, instituições ligadas ao ensino, órgãos como o Ministério Público Federal e entidades de classe como a Ordem dos Advogados do Brasil repudiaram a operação que foi considerada um ataque ao estado democrático de direito e à autonomia universitária. Relembre os principais assuntos que marcaram a educação em mais uma reportagem da Retrospectiva 2017.

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