Em 2006, o Brasil adotou o chamado padrão nipo-brasileiro de TV digital. É uma adaptação do padrão japonês, com algumas novidades desenvolvidas por aqui. Além da tão falada alta qualidade de som e imagem, o padrão brasileiro tem como uma das principais características a multiprogramação - é a possibilidade de um canal transmitir ao mesmo tempo várias programações.

Mas o padrão escolhido pelo Brasil não é isento de críticas. Durante quase três anos, diversos pesquisadores e especialistas trabalharam para propor um modelo de TV digital que fosse totalmente brasileiro e inclusivo. A professora aposentada do Departamento de Comunicação Social da UFMG, Regina Mota, participou desse grupo e lamentou que o padrão escolhido pelo Governo tenha incluído muito pouco do que os especialistas brasileiros propuseram.

Já o Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação vê com bons olhos as possibilidades da TV Digital. Uma delas é a criação dos chamados canais da cidadania, voltados para conteúdos das administrações estadual, municipal e de entidades associativas e comunitárias.

Até o final deste ano, 360 cidades deixarão de receber o sinal analógico de TV. Em 2018, esse número subirá para 1.326. Todos os municípios brasileiros estarão digitalizados até 2023. Na Grande BH, o sinal analógico será desligado em 8 de novembro.

Reportagem veiculada no Jornal UFMG desta sexta-feira, 3 de novembro de 2017.