Internacional

UFMG e Bélgica podem criar cátedra para mobilidade docente

Reitora Sandra Goulart Almeida e o embaixador Patrick Herman discutiram a ampliação de parcerias em reunião na tarde desta sexta-feira

Biblioteca e sala de estudos da KU Leuven University (Katholieke Universiteit Leuven, ou Universidade Católica de Lovaina), um dos destinos de estudantes e professores brasileiros na Bélgica
Biblioteca e sala de estudos da KU Leuven University (Katholieke Universiteit Leuven, ou Universidade Católica de Lovaina), uma das instituições belgas que mantêm cooperação com a UFMGFonte: KU Leuven University

A possibilidade de criação de uma cátedra belga na UFMG para o trânsito de professores entre as instituições dos dois países em estadas de uma a três semanas foi discutida durante a visita que o embaixador da Bélgica no Brasil, Patrick Herman, fez à Universidade na tarde desta sexta-feira, dia 2. Sua comitiva foi recebida pela reitora Sandra Regina Goulart Almeida e pelo diretor de Relações Internacionais, Aziz Tuffi Saliba. 

A vinda de Herman a Minas Gerais – mais cedo, ele reuniu-se com o governador Romeu Zema no Palácio da Liberdade – deu-se no âmbito das comemorações do centenário da visita do rei Alberto I (1875-1934), que esteve no Brasil em 1920 para agradecer a participação brasileira na Primeira Guerra Mundial. A Bélgica havia sido invadida pela Alemanha, integrante da Tríplice Aliança, e as forças brasileiras foram incorporadas à chamada Tríplice Entente, da qual a Bélgica fazia parte.

A efeméride tem uma dupla relevância, porque também marca o advento da Universidade do Brasil, hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), fundada há 100 anos, em parte, para viabilizar a concessão do título de Doutor Honoris Causa ao rei belga, como forma de fortalecer as boas relações diplomáticas entre os dois países.

“Já temos uma tradição de parceria com instituições da Bélgica. A ideia é estreitar laços na área acadêmica e ampliar essa cooperação”, disse Sandra Goulart Almeida após o encontro. Segundo a reitora, o embaixador Patrick Herman demonstrou particular interesse na área de inovação.

“O embaixador conhece a reputação e o pioneirismo da UFMG no campo da inovação e ficou muito interessado nas possibilidades de parcerias em áreas como materiais e vacinas, nas quais a Bélgica também tem tradição”, exemplificou. Transferência mútua de tecnologias, depósito de patentes e propriedade intelectual foram outros temas da pauta do encontro, informou a reitora.

Após o encontro na Reitoria, a comitiva do embaixador seguiu para uma visita ao Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BH-Tec).

Mobilidade internacional
“A Bélgica é um país que tem forte tradição acadêmica”, reforçou o diretor de Relações Internacionais, Aziz Saliba. “Mantemos um intercâmbio considerável com o país. Incluindo alunos de pós-graduação, já mandamos mais de 40 estudantes para a Bélgica. É um número muito expressivo”, ele destacou.

Aziz observa que, em conformidade com as projeções do Comitê Permanente de Enfrentamento do Novo Coronavírus da UFMG, a expectativa é que a mobilidade internacional de alunos e docentes seja retomada no segundo semestre de 2021. “Nosso horizonte foi firmado com base em evidências científicas. Evidentemente, trata-se de uma projeção sujeita a mudanças, para melhor ou para pior, dependendo de mudanças disruptivas”, explicou.

Em comunicado recente, a Diretoria de Relações Internacionais anotou que “esse contínuo monitoramento do cenário internacional, com a gradual normalização dos fluxos internacionais e das ações de cooperação acadêmica, sugere que iniciemos agora os preparativos para a retomada das mobilidades internacionais na UFMG”, sempre, claro, em “plena observância de protocolos de biossegurança e da própria viabilidade jurídica dessas operações”.

Além de Sandra Goulart, Aziz e Patrick Herman, também participaram da reunião Daniel Dargent, cônsul-geral da Bélgica, Henrique Rabelo, cônsul honorário, Juliano Alves Pinto, subsecretário de Promoção de Investimentos e Cadeias Produtivas da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais, Hércules Kuster dos Reis, assessor-chefe da Assessoria de Cooperação Nacional e Internacional da mesma Secretaria, e Elodie Meunier, adida das relações acadêmicas e culturais da região da Valônia, em Bruxelas.

Ewerton Martins Ribeiro