Institucional

UFMG realiza neste domingo atividades do Dia Nacional da Ciência

Evento marca os 70 anos da SBPC; mostra na Praça da Liberdade reunirá experimentos de diversas áreas do conhecimento

Sistema de aquaponia, que integra produção de peixes e plantas, será levado à Mostra deste dia 8
Sistema de Aquaponia, que integra produção de peixes e plantas, é uma das atrações da mostraEscola de Veterinária / UFMG

Do mundo microscópico aos mistérios do universo, da criação de peixes a experimentos da física. Neste domingo, 8, em que se comemoram o Dia Nacional da Ciência e o Dia Nacional do Pesquisador, a UFMG realiza, em parceria com a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), uma série de atividades de divulgação científica. Gratuita e aberta ao público, a programação ocorrerá das 10h às 14h, no Espaço do Conhecimento UFMG, e no prédio Rainha da Sucata, ambos na Praça da Liberdade.

"Comemorar o Dia Nacional da Ciência, juntamente com a SBPC, reveste-se de um significado especial para todos nós. Este é o momento de unir esforços no sentido de mostrar a importância da ciência para a sociedade e para o país e de defender o investimento contínuo e sustentável em educação, ciência e tecnologia", afirma a reitora Sandra Goulart Almeida. Ela acrescenta que o evento é uma ação relevante de interação com a sociedade por meio da divulgação dos conhecimentos produzidos na UFMG, contribuindo, assim, para a promoção da "necessária democratização do conhecimento como forma de construção de uma cidadania plena e de desenvolvimento do espírito crítico".

A pró-reitora de extensão, Claudia Mayorga, explica que o evento é parte das políticas que a UFMG tem implementado com o intuito de ampliar sua integração com outros setores da sociedade. “A democratização do conhecimento, a popularização da ciência e a perspectiva de uma ciência cidadã são valores centrais para a nossa Universidade, e queremos, nessa data, atualizar esse compromisso e marcar a importância da ciência para a autonomia e a autodeterminação do nosso país", afirma.

Iniciativa nacional da SBPC, que celebra 70 anos neste dia 8, o movimento tem o objetivo de valorizar a ciência, demonstrar sua importância para as transformações econômicas, culturais e educacionais e aproximar as instituições de ensino e pesquisa da sociedade. A participação da UFMG no evento tem a dupla função de marcar a importância do investimento em ciência e homenagear a SBPC, entidade com a qual a Universidade guarda estreita ligação.

Coordenadas pelas secretarias regionais da SBPC, estão programadas atividades em todo o país. Além de Belo Horizonte, outras sete capitais – São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Fortaleza, Salvador, Belém e Santa Catarina – já divulgaram a programação, que pode ser consultada pela internet. Secretária regional da SBPC em Minas Gerais, a professora Adelina Reis, do Departamento de Fisiologia e Biofísica do ICB, comenta que a intenção é levar ao público um panorama do que as universidades produzem e a reflexão sobre o valor da ciência para o desenvolvimento humano. Ela lembra que a data de fundação da SBPC foi a referência para a definição do dia 8 de julho como Dia Nacional da Ciência e Dia Nacional do Pesquisador, por decisões do Congresso Nacional, respectivamente em 2001 e 2008.

Mostra de ciência
O público que visitar a Praça da Liberdade neste domingo poderá acompanhar experimentos de física e matemática, demonstrações com microscopia eletrônica e óptica, produção de peixes e plantas, além de atividades explorando os sentidos, biomas, cidades, emoções e mapeamento do cérebro. As atividades da UFMG têm origem em propostas de setores dos institutos de Ciências Exatas e de Ciências Biológicas, da Escola de Veterinária, do Centro de Microscopia e do Centro Pedagógico – este, com atividades do Museu Itinerante Ponto UFMG.

Na atividade Matemática em toda parte, será possível vivenciar aspectos menos formais da matemática, por meio de truques, jogos, quebra-cabeças e labirintos. A professora Jussara de Matos Moreira, que coordena a participação do Departamento de Matemática na mostra deste domingo, comenta que o cientista busca o entendimento do mundo utilizando método, análise e raciocínio. Em sua opinião, o método científico poderia ser um aprendizado para a vida. “As crianças o utilizam, muitas vezes de forma natural, ao brincar, explorar o mundo e deduzir sobre ele. Assim também pode ser apresentada a matemática, como uma ferramenta natural, que ajuda na compreensão do mundo, nas atividades mais corriqueiras do cotidiano”, diz.

O Laboratório de Neurociências, do ICB, vai promover duas oficinas interativas: Mitos e verdades sobre o cérebro e Eletricidade em vida. Na primeira, será utilizado um jogo de cartas com afirmações sobre o cérebro, para que o público, de todas as idades, decida se a afirmação é verídica ou não. Na oficina Eletricidade em vida serão usados estimuladores elétricos para mover os dedos e a mão dos visitantes e explicar a “linguagem” dos neurônios. “Essa é uma data especial, em que celebramos a manutenção da nossa curiosidade e a nossa inquietude infantil. É um dia em que reafirmaremos nossa admiração pela natureza e pelo conhecimento, em prol de uma vida saudável”, comenta o professor Bruno Rezende de Souza, do Departamento de Fisiologia e Biofísica.

Focused Ion Beam Electron Microscope (FIB) de duplo feixe (elétron e íon), também usado como microscópio eletrônico de varredura
Focused Ion Beam Electron Microscope (FIB) de duplo feixe (elétron e íon), também usado como microscópio eletrônico de varredura Foca Lisboa / UFMG

O Centro de Microscopia fará uma sessão on-line no microscópio eletrônico de varredura. O equipamento, localizado no campus Pampulha, transmitirá as imagens ao vivo para o Espaço do Conhecimento. “Pretendemos mostrar como o microscópio eletrônico amplia nosso poder de conhecer estruturas biológicas”, explica a professora Elizabeth Ribeiro da Silva, que integra a coordenação técnico-científica do Centro de Microscopia.

A Escola de Veterinária vai levar para a Mostra de Ciência experimentos de aquacultura, produção de organismos aquáticos representada pela aquaponia, que integra peixes e plantas. De acordo com a professora Cintia Nakayama, do Departamento de Zootecnia, a aquaponia foi escolhida pela capacidade de somar conhecimentos das áreas de biologia, química e física e por se tratar de um sistema sustentável, agroecológico, de otimização e reúso da água e capaz de produzir alimentos livres de agrotóxicos.

O sistema opera recirculando a água dos peixes, rica em nutrientes. Ela é levada até as áreas de plantio sem solo (hidroponia) que, por sua vez, nutre as plantas e retorna para o tanque dos peixes. “Tudo isso é possível porque temos uma soma de diversos campos em cada etapa do sistema, como o conhecimento das necessidades dos peixes e das plantas, princípios básicos de física para recircular a água, engenharia nos filtros e processos químicos que ocorrem na água, entre outros”, enumera a pesquisadora. "A intenção é mostrar ao público, sobretudo às crianças, a importância da ciência em cada uma das suas áreas e da tecnologia para melhorar vidas" completa Cintia Nakayama. Na mesma linha, serão levadas ao Espaço do Conhecimento algumas das exposições que compõem o acervo do Museu Itinerante Ponto UFMG.

Otimização e reúso da água para produção de alimentos livres de agrotóxicos
Otimização e reúso da água para produção de alimentos livres de agrotóxicos Escola de Veterinária / UFMG

Na exposição Um olhar para a ciência: a Física que você não vê, haverá demonstrações intrigantes e curiosas sobre diversos temas em que a física está presente. “Exemplo: um dispositivo com uma figura em preto e branco torna-se colorido quando em movimento. O que ocorre para que o nosso olho perceba cores onde elas não existem?”, pergunta o professor Elmo Salomão Alves, do Departamento de Física, ao levantar uma questão que será discutida durante a atividade.

Outros dispositivos, também com luz e cores, serão utilizados para demonstrar como o olho humano percebe imagens e cores. “Nossa visão é insensível à radiação térmica emitida pelo nosso corpo e por objetos aquecidos, mas essa radiação pode ser visualizada por meio de uma montagem ótica preparada para surpreender”, anuncia Salomão Alves. Também será mostrado ao vivo como é possível fazer levitar um objeto por meio de materiais supercondutores, atualmente utilizados na construção de um trem flutuante no Japão. Além disso, acrescenta o físico, serão demonstrados como se forma um tornado e a intensidade da força que a atmosfera exerce sobre o a Terra. 

Todas as demonstrações compõem o acervo da Sala de Demonstrações de Física (SDF) e foram produzidas por estudantes da UFMG. Elmo Salomão conta que, há 18 anos, a equipe de estudantes da SDF, renovada anualmente, vem contribuindo para divulgar a ciência e para tornar as aulas de física básica na UFMG mais atraentes e produtivas. Mais detalhes estão disponíveis na página da SDF.

Com Assessoria de Comunicação da Pró-reitoria de Extensão