Institucional

Universidades vão desenvolver projetos regionais em Minas com a chancela do MEC

Propostas foram discutidas hoje por dirigentes da UFMG, da Ufop, da UFSJ, da UFVJM e da Sesu

A UFMG é uma das quatro instituições federais de ensino superior em Minas Gerais selecionadas pela Secretaria de Educação Superior (Sesu) do Ministério da Educação (MEC) para conduzir projetos de desenvolvimento regional no estado. A intenção é aproximar instituições de ensino superior, centros de ciência, tecnologia e inovação, poder público e microempresários para qualificar negócios em diferentes cadeias econômicas. A iniciativa também envolve a Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), a Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ) e a Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM).

Inicialmente, a participação da UFMG se dará por meio da análise e da certificação de produtos da apicultura no Norte de Minas, com a atuação direta do Instituto de Ciências Agrárias (ICA), em Montes Claros. “Esse projeto vai ao encontro da nossa proposta de inserir a UFMG no contexto das cidades onde nossos campi estão localizados, para que possamos desenvolver projetos inovadores com impacto social”, avaliou a reitora Sandra Goulart Almeida, ao fim de encontro em seu gabinete que reuniu representantes do MEC, do governo do estado e os reitores das outras três instituições, nesta quinta-feira, 22. 

“Estamos em diálogo com as instituições para identificar agendas de atuação que possam estruturar as comunidades para desenvolver atividades mais valorizadas, que permitam geração de emprego e renda e favoreçam a inclusão social e produtiva”, explicou o titular da Sesu, Paulo Barone. “São projetos de baixo custo, pela sua própria natureza, mas que têm uma característica muito importante: pequenos valores alocados podem produzir grandes resultados para comunidades que ainda não têm sua atividade produtiva estruturada”, destacou.

Segundo o secretário da Sesu, projetos-piloto já foram implantados em outros estados, como as unidades dos Centros de Desenvolvimento (CDRs) em Bagé (RS), Campina Grande (PB) e Itapeva (SP). A ideia é implantar, no futuro, um CDR na região do Triângulo Mineiro, que beneficiará estados que fazem fronteira com Minas, como Mato Grosso do Sul e Goiás.

Vocações regionais
A escolha da instituições e das regiões se deu com a participação da Secretaria Extraordinária de Desenvolvimento Integrado e Fóruns Regionais (Seedif), vinculada ao governo do estado. “Nós tínhamos demandas de micro e pequenas empresas e de associações que estavam localizadas nas imediações dessas universidades, com a possibilidade de atendimento com resultados muito rápidos”, relatou o chefe de gabinete da pasta, Diogo Santos.

A UFVJM, por exemplo, dará suporte a pequenas fábricas locais. “A ideia é trabalhar um conceito pragmático com relação à extensão e à pesquisa, voltado para o desenvolvimento de Minas Gerais. Queremos aproximar a universidade das condições que propiciam aumento de arrecadação e geração de empregos”, disse o reitor Gilciano Saraiva Nogueira. A UFSJ, por sua vez, atuará junto ao setor de móveis rústicos e de artesanato na região do Campo das Vertentes. “A proposta é reforçar o arranjo produtivo existente, dando a ele forma e conteúdo", resumiu o reitor Sérgio Cerqueira.

A Ufop, por sua vez, atuará na qualificação dos artesãos que trabalham com pedra-sabão no entorno de Ouro Preto, desde a liberação ambiental para o acesso à matéria-prima até a conscientização sobre o uso de equipamentos de proteção individual para garantir a segurança no trabalho e proteção à saúde. Para a reitora Cláudia Aparecida Marliére de Lima, o projeto une as universidades, com suas respectivas vocações, na área produtiva.

“É a oportunidade que a Universidade tem de mostrar que pode contribuir com seu conhecimento, com sua forma de atuação, de forma complementar aos poderes públicos constituídos, seja por meio do estado e até do próprio município, para que esses projetos proporcionem benefícios para a sociedade local e regional”, enfatizou.

Dirigentes das universidades mineiras e do MEC se reuniram na UFMG para discutir as frentes de trabalho
Paulo Barone, da Sesu (à esquerda, em primeiro plano) e dirigentes das universidades mineiras se reuniram na UFMG para discutir as frentes de trabalho Arquivo UFMG

Alessandra Ribeiro