Pesquisa e Inovação

Diversidade marca nova edição do Congresso Mulheres na Ciência

Estudiosa de questões étnico-raciais, professora Nilma Lino Gomes fará a conferência de abertura nesta sexta

Identidade visual do evento
Identidade visual do evento Divulgação

Com discussões sobre a vivência e representação feminina no ambiente acadêmico-científico, será realizada, no dias 30 e 31 de agosto, a segunda edição do Congresso de Mulheres na Ciência.

O evento foi idealizado em 2018 por alunas da graduação em Ciências Biológicas da UFMG. Elas se sentiam frustradas por não se verem devidamente representadas em congressos e encontros científicos. Segundo Laila Blanc Arabe, da organização da segunda edição, o objetivo era “promover um congresso que tirasse a temática de mulheres na ciência do lugar de ‘tabu’ para pôr em discussão pautas reais, com dados e vivências de mulheres professoras que já estiveram em nossos lugares”.

As problemáticas apontadas por Laila refletem-se na agenda deste ano. A doutoranda em Ciência da Informação da UFMG Franciéle Garcês, por exemplo, falará sobre a visibilidade das mulheres nas Humanidades, enquanto a professora Mariah Brochado, da Faculdade de Direito, abordará o apagamento de mulheres importantes na história da ciência.

Pautas
A primeira edição do evento teve uma abordagem mais próxima das ciências exatas e biológicas, refletindo o repertório das idealizadoras. Neste ano, a organização assumiu o compromisso de construir um congresso mais diverso. Segundo Laila Blanc, a própria equipe de organização está mais heterogênea e conta com graduandas e pós-graduandas das ciências biológicas, saúde, exatas e humanidades. "Queremos pôr em pauta problemáticas comuns às mais diversas áreas da ciência, como a falta de representatividade, assédio e evasão de mulheres da academia", anuncia Laila.

A diversidade nos nomes que compõem a programação também são outra forma de questionar o status quo das mulheres cientistas. A intenção, de acordo com Laila, é mostrar que existem mulheres especialistas nas mais diversas áreas, tornando inválido o argumento de que "não encontraram mulheres especialistas para compor a mesa”.

Entre os destaques do evento está a palestra de abertura da professora Nilma Lino Gomes, da Faculdade de Educação. "Ela é referência no campo de pesquisa das relações étnico-raciais e tem uma trajetória muito ativa na construção de uma universidade mais inclusiva. Sua palestra vai demonstrar o quanto a ciência tem a ganhar com pesquisadores de perfil diverso", explica Laila.

O segundo Congresso de Mulheres na Ciência será realizado no auditório A104 do Centro de Atividades Didáticas em Ciências Humanas (CAD 2), no campus Pampulha. Ainda é possível comprar ingressos no Sympla para o público geral e a preços promocionais para estudantes assistidos pela UFMG, por meio da Fundação Universitária Mendes Pimentel (Fump), nos níveis I, II e III.

Mais informações estão disponíveis no site do evento, que será transmitido ao vivo pelo canal no Youtube da Coordenadoria de Assuntos Comunitários (CAC).

Maria Gabriela Lara