Estudo da UFMG aponta diferenças em qualidade de vida entre estudantes de escolas públicas e privadas
Pesquisa indica que alunos de ensino público enfrentam mais desafios emocionais e sociais, com menor motivação para aprender
Estudantes de escola privada apresentam melhor qualidade de vida e autopercepção de saúde, além de maior motivação para aprender e desempenho escolar do que alunos de escola pública, segundo tese defendida por Graziela Nunes Alfenas Fernandes no Programa de Pós-Graduação em Ciências Fonoaudiológicas, da Faculdade de Medicina da UFMG.
A pesquisa buscou analisar a associação entre qualidade de vida, autopercepção de saúde, motivação para aprender e desempenho escolar entre adolescentes do ensino fundamental em escolas de financiamento privado e público, considerando o contexto sociodemográfico e econômico, recursos familiares e o ambiente escolar.
O estudo, de caráter quantitativo, foi realizado entre 2018 e 2023 nas regiões Centro Sul e Nordeste de Belo Horizonte, abrangendo dois tipos de análise. Na análise longitudinal, foram incluídos 192 adolescentes e seus responsáveis, enquanto no estudo transversal participaram 256 estudantes e responsáveis. Na última amostra, a maior parte dos participantes (24,22%) tinha entre 11 e 12 anos de idade, 53,12% eram do sexo feminino, 32,42% estavam cursando o 6º ano e 52,73% eram estudantes de escolas de financiamento privado.
Os adolescentes preencheram questionários que avaliavam a qualidade de vida nas dimensões física, emocional, social e escolar. Eles também avaliaram sua saúde física e mental e responderam ao Inventário de Recursos do Ambiente Familiar e à Escala de Motivação para Aprendizagem.
Graziela acredita que os resultados revelam que a qualidade de vida na adolescência é fortemente influenciada pela saúde mental e autopercepção de saúde dos adolescentes. O estudo aponta que os adolescentes das escolas privadas apresentam melhor qualidade de vida nos âmbitos físico e psicossocial, além de maior motivação para aprender.
Os dados mostraram que 68,6% dos alunos do ensino público e 88,9% alunos do ensino privado consideram a própria saúde como boa ou excelente. O adolescente com resultado adequado na avaliação das capacidades e dificuldades em saúde mental teve até 11,05 vezes mais chances de ter melhor qualidade de vida. Além disso, o adolescente com melhor motivação para aprender teve 5,02 vezes mais chances de ter melhor qualidade de vida.
Leia a matéria completa no site da Faculdade de Medicina da UFMG.