Grupo da UFMG implementa equipamentos de monitoramento da qualidade do ar em BH

Iniciativa visa avaliar concentrações de partículas atmosféricas e contribuir para o controle da poluição em meio a queimadas no Brasil

O Grupo de Pesquisa em Poluição do Ar e Meteorologia Aplicada (GPama) da Escola de Engenharia da UFMG instalou equipamentos para monitorar as concentrações de diferentes tamanhos de partículas atmosféricas em três pontos de Belo Horizonte, dois dentro do campus Pampulha da UFMG e um no Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet-MG) campus VI. Ao todo são cinco amostradores de médio volume (ARA-FRM) e um amostrador de grande volume (AGV). Tratam-se de estações que avaliam a qualidade do ar e as condições meteorológicas. Posicionados em locais de medição ideal, eles conseguem aspirar o ar ambiente através de um filtro, o que possibilita a realização posterior de análises químicas.

Além das fontes normais de poluição, como indústrias e veículos automotivos, a campanha experimental também vai possibilitar estudos das partículas advindas das queimadas que estão atingindo todo o Brasil ao longo do mês. Na avaliação da professora Taciana Toledo, coordenadora do GPama e doutora em Ciências Atmosféricas com ênfase em Poluição Atmosférica, com o fogo se alastrando de maneira desordenada em boa parte do país é fundamental intensificar os controles sobre as atividades antropogênicas que geram emissões atmosféricas em um contexto local.

Monitoramento de partículas atmosféricas em BH

Estão sendo utilizados equipamentos manuais para avaliar os níveis de concentração atmosférica das frações legisladas MP10 (material particulado inalável, cujo diâmetro das partículas é menor ou igual a 10 micrômetros), MP2,5 (material particulado respirável, cujo diâmetro das partículas é menor ou igual a 2,5 micrômetros) e PTS (partículas totais em suspensão, cujo diâmetro das partículas é menor ou igual a 50 micrômetros). Na portaria principal da UFMG estão instalados três ARAs coletando diferentes frações de partículas, as MP10, MP2,5 e PTS, e um AGV coletando MP2,5. Na Estação Ecológica e Cefet foram instalados um ARA em cada ponto para coleta apenas de MP2,5. O monitoramento manual de partículas será realizado durante o período de uma semana nos três pontos mencionados. 

Adicionalmente à campanha experimental, a professora Taciana Toledo informa que, pela primeira vez no âmbito das suas pesquisas em Belo Horizonte, seu grupo está tendo a oportunidade de monitorar em tempo real as concentrações de gases e partículas utilizando uma Estação Compacta de Qualidade do Ar e Meteorologia da fabricante finlandesa Vaisala, através de uma parceria com a empresa brasileira Hobeco. “Esta estação é uma solução versátil do mercado para monitoramento da qualidade do ar. Ela possibilita o acompanhamento em tempo real dos parâmetros legislados como NO2, CO, O3, MP10 e MP2,5, além das variáveis meteorológicas como “direção” e “velocidade do vento”, “temperatura”, “precipitação”, entre outros”, explica. 

A estação adicional está localizada na portaria principal da UFMG, na entrada da avenida Antônio Carlos. Ela permite o acesso aos dados em tempo real através de um aplicativo, o que possibilita o acompanhamento da qualidade do ar de forma constante na cidade universitária. Essa estação ficará em operação por um mês dentro da UFMG.

Colaboração interinstitucional

Esta iniciativa faz parte de uma pesquisa que já vem sendo executada no âmbito de um projeto aprovado pela Chamada Universal Fapemig. O projeto tem como principal objetivo monitorar e identificar a composição química das partículas atmosféricas em diferentes regiões de Belo Horizonte. Trata-se de uma iniciativa de professores e pesquisadores de alguns departamentos e centros de pesquisa do país, como o Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental e Departamento de Química da UFMG, o Cefet-MG, o Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN) e o Departamento de Engenharia Ambiental da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Para realização tanto do monitoramento quanto das análises químicas das amostras coletadas é preciso contar com a infraestrutura de todos os departamentos e centros de pesquisas envolvidos.

Assessoria de Imprensa UFMG

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Assessoria de Imprensa UFMG