Pesquisa da UFMG problematiza performance de cantoras brancas do axé

Dissertação defendida na Escola de Música aborda a atuação de Daniela Mercury, Claudia Leitte e Ivete Sangalo

O axé music é um ritmo marcado pela mistura da música dos blocos de trio, o frevo baiano, com o samba-reggae dos blocos afro. Apesar da herança africana, alguns dos maiores ícones do gênero são cantoras brancas. Como a branquitude inerente a essas mulheres influencia suas produções musicais? A partir desse questionamento, a pesquisadora Mariana Carvalho desenvolveu sua dissertação de mestrado no Programa de Pós-graduação em Música da UFMG.

Com base nos estudos críticos da branquitude, Mariana destaca o privilégio branco, que facilita o acesso de mulheres brancas ao mercado de trabalho, em detrimento das negras, o que inclui o mundo da música. Por meio da performance de Claudia Leitte, Daniela Mercury e Ivete Sangalo, a pesquisadora analisa como a branquitude influencia no axé e questiona o estereótipo da mulher branca como padrão feminino.

A autora observa que cada uma dessas cantoras reproduz estereótipos raciais em seus trabalhos, o que evidencia que a produção artística é marcada pelo lugar social que elas, mulheres brancas, ocupam no âmbito de uma sociedade racista. A pesquisa questiona, assim, a suposta neutralidade da branquitude.

Ouça aqui a entrevista da pesquisadora para a Rádio UFMG Educativa em episódio do Aqui tem ciência.

Raio-x da pesquisa

Dissertação: Performances da branquitude: o que é que a baiana tem feito no axé?

O que é: Dissertação de mestrado que busca problematizar a branquitude no âmbito do Axé music com base na performance de três cantoras brasileiras ícones do gênero: Claudia Leitte, Daniela Mercury e Ivete Sangalo. A pesquisadora analisou o DVD Negalora (2012), de Claudia Leitte, o videoclipe Pantera Negra Deusa (2018), de Daniela Mercury, e o videoclipe O mundo vai (2020), de Ivete Sangalo, para observar, entre outras coisas, se cada uma das cantoras apresenta uma branquitude específica e como a identidade racial acaba refletida em sua produção artística.

Pesquisadora: Mariana Marina Santos de Carvalho

Programa de pós-graduação: Música

Orientadora: Professora Glaura Lucas

Ano da defesa: 2021

Financiamento: Capes

Assessoria de Imprensa UFMG

Fonte

Assessoria de Imprensa UFMG