Evento cultural

Exposição virtual homenageia criador do Presépio do Pipiripau

Está no ar a edição de dezembro do projeto Diálogos: artista e curador(a), do Centro Cultural UFMG, que rende homenagem ao artesão Raimundo Machado, criador e idealizador do Presépio do Pipiripau, patrimônio cultural e afetivo de Minas Gerais. Tombada pelo Iphan, a obra narra as principais passagens da história de Jesus Cristo, desde o nascimento até a ressurreição, e está no Museu de História Natural e Jardim Botânico da UFMG.

A exposição tem curadoria de Fabrício Fernandino, diretor do Centro Cultural e professor de escultura da Escola de Belas Artes da UFMG.

O presépio, que levou 82 anos para ser construído, tornou-se referência artística e histórica da arte popular brasileira. A inspiração do artesão veio quando ainda era criança e acompanhava sua mãe nas missas – ele aproveitava cada ocasião para contemplar os presépios das igrejas e casas vizinhas. A vontade de montar o próprio presépio era grande, mas Raimundo não tinha recursos para comprar o material necessário. Ele vendeu algumas garrafas de óleo de rícino a uma farmácia e adquiriu a primeira imagem do menino Jesus. Aos poucos, novos objetos foram incorporados ao presépio e, com o passar do tempo, adquiriram movimento, o que deu mais expressividade à narrativa das passagens bíblicas e ao imaginário religioso do artista, que mesclou suas percepções de mundo a cenas do cotidiano.

O Presépio do Pipiripau reúne 650 figuras de papel machê que se movem harmonicamente pelas 45 cenas criadas por Raimundo Machado, em maquinaria construída de forma intuitiva e criativa. A obra integra o acervo da UFMG desde 1983 e ocupa área de 20 metros quadrados. O presépio contou com a manutenção cuidadosa do seu criador até 1988, ano de sua morte.

Visite a exposição e assista aos vídeos Raimundo e seu mundo: oficina e objetos e O Presépio do Pipiripau.

Artista e projeto
Raimundo Machado nasceu em 5 de novembro de 1894, em Matozinhos, Minas Gerais. A família mudou-se para Belo Horizonte quando ele tinha dois anos de idade. Em 1906, com apenas 12 anos, ele iniciou a construção do presépio, que leva o nome da região onde residia, a antiga colônia Américo Werneck, conhecida à época como Pipiripau, área que hoje abrange os bairros Horto, Horto Florestal, Sagrada Família, Santa Tereza e Floresta. Raimundo morreu em 27 de agosto de 1988, em Belo Horizonte, aos 94 anos de idade.

O projeto Diálogos: artista e curador(a) monta exposições virtuais na forma de documentários em vídeo. O material é postado mensalmente nas redes sociais do Centro Cultural UFMG. Com base em recortes curatoriais cronológicos, os vídeos traçam uma linha evolutiva no tempo e no processo de criação do artista, oferecendo ao espectador a oportunidade de percorrer virtualmente obras, por meio de simulação 3D, com mediação e comentários do artista e do curador.

O projeto apresenta nomes expressivos do cenário artístico e oferece conteúdos de excelência, associados a uma reflexão aprofundada sobre a arte contemporânea nacional e internacional, suscitando avanços no conhecimento e nas formas de fazer e pensar a arte.

O Centro Cultural UFMG está nas redes sociais, entre elas o Twitter.

Descrição Imagem
Raimundo Azevedo dedicou a maior parte de sua vida à construção do presépio Acervo Presépio do Pipiripau