Evento cultural

Sexta, às 19h: Cineclube exibe ao ar livre 'Amada Electra', filme húngaro que exalta a liberdade

O filme Amada Electra, do húngaro Miklós Jancsó, será exibido nesta sexta-feira, 23 de setembro de 2022, a partir das 19h, no paredão da Faculdade de Ciências Econômicas, no campus Pampulha. A exibição celebra os 10 anos de criação do projeto CiNeam, iniciativa do Departamento de Filosofia da Fafich e do Núcleo de estudos Antigos e Medievais (Neam), da Faculdade de Letras.

Amada Electra (Szerelmem, Elektra, 1974), que lança mão de ousados movimentos de câmera, em ambiente mítico e nômade, é baseado na peça homônima de László Gyurkó, que, por sua vez, é uma releitura do mito de Electra, levado ao teatro grego antigo pelos três mais famosos dramaturgos da antiguidade: Ésquilo, Sófocles e Eurípides.

O filme é um hino à liberdade, de denúncia da tirania e da opressão. Seus longos planos-sequência, com danças, músicas e tradições ciganas húngaras, fazem dele um espetáculo grandioso, que reúne o clássico ao popular. A heroica protagonista, Electra, interpretada por Mari Toriocsik, é uma alegoria da liberdade, metáfora do povo húngaro, em um período de opressão e sofrimento, em que a população estava amedrontada, mas superava o medo com a disposição de enfrentar a morte e a verdade.

Como afirmou Richard Brody, na revista New Yorker, Jancsó estava ciente dos problemas de fazer arte sob a égide de um regime repressivo e apresentou Electra como a encarnação viva de uma espécie de inconsciente político coletivo. A coreografia elaborada, os elementos ritualísticos, o uso da música e a cinematografia fazem do filme um dos mais representativos da obra do diretor.

O CiNeam exibe mensalmente, durante o semestre letivo, obras ligadas a temas da Antiguidade e do Medievo. Gratuita e aberta ao público geral, a atividade divulga temas da cultura clássica e sua pervivência na atualidade. Mais informações sobre o projeto estão no site do Neam

Em caso de chuva, o filme será exibido no auditório 2 da Face.

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'Amada Electra': obra foi lançada em tempos de opressão na Hungria Foto: Divulgação